Palestinos detidos na penitenciária israelense de Ofer, na Cisjordânia ocupada, têm seu acesso a água limitado a apenas 45 minutos por dia, informou a Comissão de Assuntos dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros no domingo (18).
“As condições gerais nas cadeias de Israel permanecem árduas e complexas”, comentou a organização em nota. “Ainda assim, estão ficando piores”.
A comissão notou numerosas restrições arbitrárias — como forma de punição coletiva — impostas aos direitos básicos dos palestinos em custódia.
“A eletricidade é cortada às 22h00 e só é ligada na tarde seguinte; a comida é péssima, tanto em quantidade quanto qualidade”, acrescentou. “Os prisioneiros são espancados e maltratados em diversas ocasiões, inclusive quando deixam as celas para se reunirem com seus advogados”.
“Todos os prisioneiros mostram ainda perda considerável de peso por conta da política de fome adotada por Israel”, reiterou o alerta.
De acordo com Ibrahim Najajreh, chefe da comissão na seção de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia, o presídio de Ofer detém hoje 1.500 pessoas.
“Cada prisioneiro deve fazer o melhor uso possível da pouca água disponível tanto para beber quanto para suas necessidades de banho e higiene, dado que não há instalações de armazenamento”, explicou Najajreh à agência Anadolu.
A comissão, em nota conjunta com a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, associação civil que monitora a pauta, estima ao menos 10.100 palestinos atualmente em custódia de Israel — aproximadamente o dobro dos números anteriores a 7 de outubro.
As estimativas, no entanto, excluem os prisioneiros de Gaza, cujas informações não são reveladas pelo exército ocupante.
Prisioneiros eventualmente libertados revelam marcas e relatos de tortura, negligência médica e mesmo abuso sexual.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando mais de 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Cerca de dez mil pessoas estão ainda desaparecidas — provavelmente mortas sob os escombros.
Na Cisjordânia, são 635 mortos e 5.400 feridos.
Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares por fluxo humanitário contínuo do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro.