Os delegados pró-palestinos na Convenção Nacional Democrata desta semana em Chicago não tiveram a oportunidade de falar sobre o impacto da guerra de Israel na Faixa de Gaza, mesmo com a presença de palestrantes pró-israelenses, informou a Agência Anadolu.
Os organizadores da convenção negaram o pedido para incluir um palestrante que falasse sobre o impacto da guerra de Israel na Faixa de Gaza, de acordo com informações divulgadas por mídias como o estadunidense Washington Post e a britânica BBC.
A solicitação veio dos chamados delegados uncommitted (não comprometidos com a campanha de Kamala Harris) em protesto contra o forte apoio do governo Biden a Israel durante o conflito. Os delegados esperavam incluir um palestrante que discutisse a devastação em Gaza, mas seu pedido foi negado sem explicação.
“Isso é inaceitável para nós”, disse Abbas Alawieh, cofundador do Uncommitted National Movement. “Isso ainda não acabou.”
LEIA: Parceiros no genocídio: Israel está massacrando os palestinos com as armas do Ocidente
Alexandria Ocasio-Cortez, membro do Congresso de Nova York, também criticou a decisão, pedindo que a convenção a reverta. “Assim como devemos honrar a humanidade dos reféns, também devemos centralizar a humanidade dos 40.000 palestinos mortos sob bombardeio israelense”, escreveu ela no X. ”Negar essa história é participar da desumanização dos palestinos. A convenção deve mudar de rumo e afirmar nossa humanidade compartilhada.”
Em contrapartida, Jon Polin e Rachel Goldberg, cujo filho Hersh Goldberg-Polin estava em um festival de música quando o grupo palestino Hamas atacou em 7 de outubro, subiram ao palco da convenção em Chicago na quarta-feira. Eles foram recebidos com uma longa ovação e cantos de “tragam-no para casa” por milhares de delegados democratas.
“Esta é uma convenção política, mas pedir que nosso único filho e todos os queridos reféns voltem para casa não é uma questão política”, disse Polin. “É uma questão humanitária.”
Destacando o apoio do presidente Joe Biden e da vice-presidente Kamala Harris, Polin acrescentou que “ambos estão trabalhando incansavelmente por um acordo de reféns e cessar-fogo”.
Os delegados pró-Palestina iniciaram um protesto na noite de quarta-feira ,do lado de fora da convenção. contra a falta de um palestrante palestino-americano.
“Não podemos, em sã consciência, continuar com o Muslim Women for Harris-Walz (Mulheres Muçulmanas por Harris-Walz) à luz dessa nova informação do movimento Uncommitted, de que a equipe da vice-presidente Harris recusou o pedido de um palestrante palestino-americano no palco da convenção”, explicou um participante do grupo após o discurso do casal. “A família do refém israelense que estava no palco esta noite demonstrou mais empatia com os palestinos americanos e palestinos do que a nossa candidata ou oa convenção. Essa é uma mensagem terrível a ser enviada aos democratas. Os palestinos têm o direito de falar sobre a Palestina”.
O grupo pediu à organização que reconsiderasse a decisão antes do término da convenção, “pelo bem de cada um de nós”.
LEIA: EUA aprovam US$20 bi em armas a Israel, ignoram atrocidades em Gaza