Portuguese / English

Middle East Near You

Empresa de seguros AXA conclui desinvestimento de bancos e fabricantes de armas de Israel

O prédio de escritórios que contém a sede da AXA Investment Managers no distrito comercial de La Defense em Paris, França, 2 de agosto de 2024 [Nathan Laine/Bloomberg via Getty Images]

A AXA, empresa multinacional de seguros, teria desfeito  todos os seus investimentos em bancos e fabricantes de armas israelenses, após uma campanha persistente e contínua de ativistas pró-Palestina.

De acordo com o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), a seguradora francesa AXA tem se desinvestido constantemente dos principais bancos e empresas de armas israelenses nos últimos seis anos, tendo primeiro se desinvestido parcialmente da Elbit Systems de Israel em dezembro de 2018 e em março de 2019, antes de se retirar totalmente no final daquele ano.

A campanha, liderada pela coalizão global Stop AXA Assistance to Israeli Apartheid, também teria pressionado com sucesso a AXA a se desfazer de dois bancos israelenses – Bank Mizrahi-Tefahot e First International Bank of Israel – até o final de 2022.

De acordo com uma pesquisa da organização Profundo, encomendada pelo grupo de responsabilidade corporativa Ekō, que faz parte dessa coalizão, a AXA ainda mantinha mais de US$ 20 milhões em ações investidas em três bancos israelenses: Bank Hapoalim, Israel Discount Bank e Bank Leumi.

LEIA: Federação de estudantes de medicina suspende Israel por genocídio em Gaza

A seguradora, então, teria se desfeito de todos esses três bancos até 24 de junho de 2024, mas também se absteve de reinvestir nos outros dois grandes bancos israelenses, o Bank Mizrahi-Tefahot ou o First International Bank of Israel, pelo menos desde 31 de dezembro de 2022.

Apesar de toda a hipocrisia, o desinvestimento em Israel ainda é possível e essencial para acabar com o apartheid

O relatório do BDS também citou o CEO da AXA como tendo anunciado em abril deste ano que a empresa tem “zero investimentos em bancos israelenses, diretos ou indiretos”.

Fiona Ben Chekroun, coordenadora do movimento BDS na Europa, declarou que “a pressão do BDS funciona. A confirmação do desinvestimento da AXA de todos os bancos israelenses e da Elbit Systems é um marco importante para o movimento que se segue a anos de campanhas estratégicas do BDS”.

Leili Kashani, ativista da Ekō, também declarou que o “novo relatório de sua empresa mostra que a AXA se envolveu em um desinvestimento claro, rápido e intencional de bancos israelenses há muito visados pela Ekō e outros ativistas de direitos humanos por sua cumplicidade em crimes de guerra contra palestinos”.

Kashani acrescentou que “nossos dados e as quedas acentuadas em nossos gráficos, apesar dos preços das ações estarem estáveis ou em alta, mostram que a AXA desinvestiu devido à pressão externa para acabar com os crimes contra os palestinos, e não em resposta aos preços de mercado”. Ela elogiou a decisão como “uma grande vitória para o crescente movimento pelos direitos dos palestinos e prova que a pressão pública persistente pode obrigar as empresas a agir de forma ética”.

MEMO entrou em contato com a AXA para comentar, mas não houve retorno até o momento da publicação.

Categorias
BDSEuropa & RússiaFrançaIsraelNotíciaOrganizações InternacionaisOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments