O médico e diretor de saúde Abdullatif al-Hajj calculou que os palestinos feridos pelos bombardeios israelenses em Gaza terão de passar por meio milhão de procedimentos cirúrgicos uma vez que haja um cessar-fogo, segundo informações da agência Anadolu.
“Há mais de 94 mil feridos em Gaza, cada qual em demanda de três a quatro cirurgias, em média, no período pós-guerra”, explicou al-Hajj.
“Israel desrespeita todos os valores humanitários e leis internacionais ao bombardear hospitais, escolas e jardins de infância”, acrescentou o médico veterano.
Al-Hajj reafirmou que o sistema de saúde em Gaza enfrenta desafios de larga escala, à margem da catástrofe, incluindo a perda de mais de 70% de suas capacidades clínicas, devido aos ataques diretos a hospitais e outros centros de atendimento.
Segundo o oficial palestino, há hoje apenas 14 hospitais operantes em Gaza para as 2.4 milhões de pessoas, dos quais apenas quatro são centros maiores — o restante abarca apenas clínicas pequenas de natureza não-governamental.
Estimativas apontam que mais de 50% dos medicamentos essenciais e 60% dos itens e insumos de laboratório são inexistentes na Gaza atual.
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Mais de 880 trabalhadores de saúde foram mortos pelas forças coloniais.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 40.265 mortos e 93.144 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, ao menos 16.400 são crianças.
Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares por fluxo humanitário contínuo do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro.
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