Movimentos por paz e organizações de direitos humanos na Alemanha lançaram uma petição online para que o governo do chanceler Olaf Scholz pressione Israel a respeitar um cessar-fogo imediato em Gaza, com pleno acesso humanitário.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Dentre os grupos, estão as organizações Pax Christi, Oxfam e CARE, que reivindicam de Berlim o fim da exportação de armas a Israel, assim como uma posição mais firme por cessar-fogo e pela proteção da população civil na Faixa de Gaza.
Signatários incluem também a organização Médicos pela Prevenção da Guerra Nuclear, Medico International, Grupo de Diálogo Judaico-Palestino e Vozes Judaicas por Justiça e Paz no Oriente Médio.
“Exigimos do governo alemão que exerça consideravelmente mais pressão para que Tel Aviv dê fim imediato a seu bloqueio ilegal e permita acesso humanitário desimpedido a Gaza”, dizem os grupos em sua petição.
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Segundo o texto, é urgente amplificar medidas contra a violência realizada por colonos israelenses, assim como a expansão de seus assentamentos ilegais na Cisjordânia.
Ativistas na Alemanha mantém protestos por cessar-fogo em Gaza apesar da violência conduzidas pelo Estado. Manifestações reúnem não apenas árabes e palestinos, como membros da diáspora turca e da comunidade judaica no país.
Uma pesquisa recente confirmou que 57% da população alemã crê que Israel “foi longe demais”; cerca de 68% opõem-se ao fornecimento militar. O apoio ao Estado israelense caiu a apenas 21%.
Desde a deflagração do genocídio em Gaza, a Alemanha apelou a uma distorção de sua própria responsabilidade pelo Holocausto nazista para defender as violações de Israel, incluindo ao projetar práticas de antissemitismo aos palestinos, como ao expulsá-los de universidades ou negar sua cidadania, ao descrevê-los como “apátridas”.
Instituições na Alemanha tentam ainda proibir ou criminalizar o ativismo pró-Palestina, em detrimento de seus princípios declarados de democracia e liberdade de assembleia, expressão e manifestação.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 40.265 mortos e 93.144 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, ao menos 16.400 são crianças.
Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança e medidas cautelares por fluxo humanitário contínuo do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia de genocídio deferida em janeiro.
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