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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Israel bate recorde de “violência relacionada à água” contra palestinos

Crianças palestinas são vistas como epidemias que se espalham rapidamente devido às grandes multidões em abrigos de civis deslocados, à falta de coleta de lixo nas estradas, à insuficiência de água potável e água para uso diário e à incapacidade de atender às necessidades de higiene pessoal na Faixa de Gaza em 26 de julho de 2024. [Dawoud Abo Alkas/ Agência Anadolu].

Israel estabeleceu mais um recorde sombrio, ilustrando ainda mais a dura realidade de sua brutal ocupação militar dos territórios palestinos. Um relatório do Pacific Institute, um think tank não partidário com sede na Califórnia, revelou que, apesar de seu pequeno tamanho e de representar apenas 0,12% da população global, os ataques israelenses aos suprimentos de água palestinos foram responsáveis por um quarto impressionante de toda a violência relacionada à água no mundo em 2023.

O estudo documenta quase 350 conflitos por água em todo o mundo no ano passado, marcando um aumento de 50% em relação a 2022. De forma alarmante, as forças israelenses e os colonos foram responsáveis por 90 atos intencionais de contaminação ou destruição da infraestrutura hídrica palestina nos territórios ocupados. Isso equivale a mais de sete incidentes de violência relacionada à água todos os meses.

“Houve um grande aumento na violência por causa da água em 2023, em todo o mundo, mas especialmente no Oriente Médio”, disse o Dr. Peter Gleick, cofundador do Pacific Institute. Ele acrescentou que esses casos “destacam diferentes aspectos da crescente crise hídrica: a incapacidade de aplicar e respeitar o direito internacional; a incapacidade de fornecer água potável e saneamento para todos; e a crescente ameaça das mudanças climáticas e secas severas”.

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Em junho, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) afirmou que “67% das instalações de água e saneamento e da infraestrutura foram destruídas ou danificadas” na Faixa de Gaza desde 7 de outubro.

O relatório detalha vários incidentes tanto em Gaza quanto na Cisjordânia. Em Gaza, onde a situação da água já era terrível antes de Israel lançar seu ataque militar contra Gaza depois de 7 de outubro, os ataques aéreos israelenses causaram grandes danos à infraestrutura essencial. Um incidente notável envolveu a destruição parcial de painéis solares apoiados pela UE que alimentam uma estação de tratamento de águas residuais que atende a um milhão de pessoas.

Na Cisjordânia, onde na semana passada colonos israelenses realizaram outro pogrom contra palestinos ao incendiar a cidade de Jit, grande parte da violência contra a água está ligada a assentamentos israelenses ilegais. O relatório cita casos de colonos bombeando águas residuais para terras agrícolas palestinas, demolindo tanques e tubulações de água e arrancando oliveiras.

Morgan Shimabuku, pesquisador sênior do Pacific Institute, expressou preocupação com as implicações dessas descobertas. “O grande aumento desses eventos indica que muito pouco está sendo feito para garantir o acesso equitativo à água segura e suficiente e destaca a devastação que a guerra e a violência causam nas populações civis e na infraestrutura essencial de água”, disse ele.

O relatório ressalta o impacto crescente da mudança climática nos conflitos relacionados à água, principalmente em regiões que já enfrentam instabilidade política. À medida que os recursos hídricos se tornam cada vez mais escassos, a possibilidade de mais violência e crises humanitárias é grande, diz o relatório, especialmente nos territórios palestinos ocupados, onde o acesso à água já é severamente restrito.

Esse último registro de violência relacionada à água soma-se às evidências crescentes de violações sistemáticas dos direitos palestinos sob a ocupação israelense, que a Corte Internacional de Justiça considerou ilegal em uma decisão histórica no mês passado.

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