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Palestinos deixam cadeias de Israel com sinais de tortura e doenças de pele

Prisioneiros palestinos liberados pelas forças da ocupação israelenses são transferidos ao Hospital Nasser, em Khan Yunis, na Faixa de Gaza, em 20 de agosto de 2025 [Doaa Albaz/Agência Anadolu]

Autoridades israelenses libertaram ao menos 40 prisioneiros palestinos da Cisjordânia ocupada, em meio a relatos de superlotação nas cadeias.

Os prisioneiros foram liberados pelo checkpoint de Thaheriyya, no perímetro da penitenciária de Ofer, próximo à base militar de Salem, ao sul da cidade de Hebron (Al-Khalil), na Cisjordânia.

Segundo informações da Sociedade dos Prisioneiros Palestinos, ong que monitora a pauta dos presos políticos, alguns dos palestinos libertados — sobretudo da prisão do Negev (Naqab) — deixaram as cadeias com doenças de pele. Imagens preliminares dos prisioneiros confirmam denúncias de maus tratos em custódia, incluindo fome como política sistêmica. No início da semana, outros 25 palestinos de Gaza foram liberados por Israel, transferidos imediatamente ao Hospital Nasser, em Khan Younis, após meses em cativeiro, sob condições “desumanas”, segundo a rede The New Arab. Um vídeo mostra os presos chegando à travessia de Karm Abu Salem (Kerem Shalom), vestidos em farrapos, pálidos e com bandagens em suas cabeças. Entre os prisioneiros, estava Walid Ibrahim Habib, com ferimentos graves nos braços e pernas.

Entre os relatos e indícios de violações nas cadeias israelenses, estão casos de negligência médica, tortura e mesmo violência sexual.

LEIA: Ong israelense documenta tortura e ‘crimes de guerra’ nas prisões

Apesar de alguns ciclos de soltura, Israel mantém invasões a cidades e aldeias na Cisjordânia, em meio a uma campanha de prisão de massa desde outubro, que dobrou a população carcerária palestina a cerca de 10.100 pessoas, segundo organizações relevantes, incluindo a Sociedade dos Prisioneiros Palestinos.

As ações israelenses na Cisjordânia — com 635 mortos e 5.400 feridos em dez meses — coincidem com o genocídio em Gaza, com 40 mil mortos e 90 mil feridos.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, reconheceu como ilegal a ocupação de décadas de terras palestinas e reivindicou a evacuação imediata de todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém, além de reparações aos palestinos nativos.

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