Uma fração da ajuda disponível passou pela passagem de fronteira de Adre do Chade para a região de Darfur, devastada pela fome, no Sudão, esta semana, após uma ação do exército sudanês para suspender temporariamente a proibição de entregas, informou a Reuters.
O rival do exército na devastadora guerra civil de 16 meses do Sudão, a milícia Rapid Support Forces, controla a maior parte de Darfur e a passagem de Adre, o caminho mais rápido para a região. O exército ordenou que as agências de ajuda parassem de usar o corredor em fevereiro, dizendo que ele era usado pela RSF para levar armas pela fronteira, mas na semana passada rescindiu essa ordem temporariamente por três meses.
Depois que 15 caminhões passaram pela travessia, de um total de 131 na fronteira, o governo sudanês “deu instruções para não movimentar mais nada até que os procedimentos recebidos ontem sejam acordados”, disse Justin Brady, chefe do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU no Sudão, no X na quarta-feira à noite.
Também na quarta-feira, o Programa Mundial de Alimentos disse que sorgo, leguminosas, óleo e arroz suficientes para 13.000 pessoas cruzaram na terça-feira à noite, indo para Kreinik, Darfur Ocidental, um dos 14 pontos no país que especialistas dizem estar em risco de fome. No entanto, acrescentou o PMA, havia comida para 500.000 pessoas prontas para se mudar. Mais de seis milhões de sudaneses enfrentam insegurança alimentar em Darfur, com mais de 25 milhões, ou cerca de metade da população, em uma situação semelhante em todo o país.
Não estava claro se a comida havia chegado a Kreinik até quinta-feira. A RSF, que saqueou caminhões de ajuda e armazéns em várias ocasiões, de acordo com agências de ajuda, recebeu as entregas em uma declaração na quarta-feira à noite.
Um documento da Comissão de Ajuda Humanitária alinhada ao exército mostrou que os procedimentos definidos pelo governo incluíam a presença de autoridades sudanesas e soldados em armazéns chadianos e na fronteira para inspeções.
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