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Colapso de barragem no Sudão varre 20 aldeias e desloca milhares

Enchentes na cidade de Tangasi, na província de Meroe, no Sudão, a 300 km da capital Cartum, em 27 de agosto de 2024 [AFP via Getty Images]

O colapso de uma represa no leste do Sudão, em meio a chuvas torrenciais, varreu 20 aldeias, matando residentes e deslocando milhares, reportou a imprensa local.

A represa de Arbat — na ponta de um reservatório que serve de fonte primária de água potável à cidade de Porto Sudão — desmoronou nesta segunda-feira (26), após meses de tempestades sazonais.

Conforme o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 27 mil casas foram destruídas e outras 31.240 foram danificadas pelas chuvas.

“Relatos preliminares apontam que o rompimento resultou na drenagem completa do reservatório, causando danos extensivos à vida e propriedade em cerca de 20 aldeias a jusante”, reiterou o OCHA.

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Mais de 317 mil pessoas foram afetadas pelas inundações em todo o país, com 118 mil novos deslocados.

Segundo autoridades sudanesas, o rompimento da barragem e as tempestades no país mataram 132 pessoas. Estima-se que 50 mil residentes do lado oeste da represa foram gravemente afetados. Análises de danos do lado leste ainda estão em curso.

A represa foi construída em 2003 para capturar água da chuva e usá-la durante a seca. Contudo, carece de manutenção regular há anos.

A catástrofe ambiental se soma à guerra civil no Sudão, entre o exército e seu ex-aliado conhecido como Forças de Suporte Rápido (FSR), coalizão paramilitar. Ao menos 12.260 pessoas foram mortas e 33 mil ficaram feridas desde abril de 2023.

Aproximadamente 6.8 milhões de pessoas fugiram de suas casas, seja a outras áreas do Sudão ou aos países vizinhos.

Sucessivas propostas de cessar-fogo mediadas por Estados Unidos e Arábia Saudita não conseguiram dar fim à violência.

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