A Missão das Nações Unidas de Apoio na Líbia (Unsmil) emitiu um novo alerta na noite desta segunda-feira (26) para reiterar sua profunda apreensão “sobre a deterioração da situação na Líbia, como resultado de decisões unilaterais”.
As informações são da agência de notícias Reuters.
Disputas sobre o controle do Banco Central ressoaram alarme sobre potencial mau uso dos recursos financeiros do país e retomada de um conflito armado.
“A Unsmil convoca todas as partes envolvidas na crise do Banco Central da Líbia a uma reunião de emergência, a fim de chegar a um consenso com base em acordos políticos, leis aplicáveis e o princípio de independência da instituição”, destacou a nota.
A missão da ONU pediu suspensão das “decisões unilaterais”, sobretudo interrupção na produção dos campos de petróleo (via “força maior”), além de esforços para prevenir o uso da força e proteger funcionários do Banco Central.
A economia da Líbia depende dos recursos do petróleo, mas grupos políticos rivais tem recorrido a força maior para suspender os trabalhos nos campos de petróleo; portanto, a exportação.
Nesta segunda-feira, a administração radicada no leste da Líbia ordenou o fechamento dos campos na região, que equivalem a quase metade da produção nacional.
Não há confirmação de ações semelhantes do Governo de União Nacional, sediado em Trípoli, reconhecido internacionalmente, ou da Corporação Nacional de Petróleo (NOC) — que, em âmbito formal, controla os recursos energéticos do país.
A Líbia vive instabilidade desde 2011, com a destituição do longevo ditador Muammar Gaddafi por manifestações populares, após intervenção da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
O país se dividiu em 2014 entre grupos rivais no leste e oeste, ao eventualmente atrair atenção da Rússia e da Turquia.
Combates praticamente cessaram com um acordo de 2020, mas esforços para dar fim à crise política e conduzir eleições não avançaram, à medida que instituições adversárias disputam os copiosos recursos do país.
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