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PAM reduz pacotes de comida a Gaza devido aos bombardeios de Israel

Crianças palestinas recebem auxílio em Deir al-Balah, Gaza, em 30 de junho de 2024 [Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images]

O Programa Alimentar Mundial (PAM), agência das Nações Unidas, reportou a redução do volume de seus pacotes alimentares distribuídos a refugiados de Gaza nos últimos dois meses devido aos bombardeios israelenses no enclave sitiado.

A agência confirmou nesta segunda-feira (26) que os centros de distribuição e cozinhas comunitárias sob sua bandeira sofrem cada vez mais com ataques e ameaças de Israel, em particular sob ordens arbitrárias de evacuação, à medida que famílias desesperadas são alocadas em “espaços cada vez mais reduzidos”.

“Nos últimos dois meses, junto a uma contínua fome catastrófica, o PAM se viu forçado a reduzir o conteúdo de seus pacotes alimentares em Gaza, à medida que minguaram o fluxo assistencial e as redes de suprimentos”, destacou a agência.

“Com duas, ou ocasionalmente três travessias de fronteira abertas, cerca de metade da assistência militar requerida não conseguiu entrar em Gaza, no mês de julho”, reiterou. “Agosto deve acabar com resultado semelhante”.

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O PAM corroborou que as condições de saneamento e saúde de Gaza são praticamente inexistentes, reiteradamente desraigados por ordens de evacuação. Danos às estradas se somam aos obstáculos a suas operações.

Nos próximos dois meses, com início da temporada de chuvas e eventuais inundações, a situação do transporte deve piorar.

“Junto às demandas desesperadas de hoje, devemos ponderar sobre que está por vir”, comentou Antoine Renard, diretor do PAM para a Palestina. “Não seremos capazes de levar comida a Gaza a menos que haja reparos urgentes. Precisamos levar maquinário pesado e trabalhar com as comunidades para que consertar estradas antes das chuvas”.

Israel mantém ataques a Gaza, com assistência ocidental, desde outubro, deixando ao menos 40 mil mortos e 97 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.

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A população de Gaza — 2.4 milhões de pessoas — continua ainda sob cerco absoluto, imposto por Israel: sem comida, água ou medicamentos. Dezenas morreram de fome, sobretudo crianças.

Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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