Um comandante de brigada do exército de Israel encorajou seus soldados a cometerem “genocídio” no Líbano, reportou uma oficial militar do setor de saúde mental, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Adi Engert, oficial das Brigadas Alexandroni, causou furor ao postar a denúncia na rede social X (Twitter) na noite de segunda-feira (27). Mais tarde, deletou a postagem.
Segundo Engert, o novo comandante do batalhão israelense — conhecido por chacinas contra comunidades palestinas —, coronel Moshe Pesel “expressou desejo de que seus combatentes cometam genocídio” em uma eventual invasão ao Líbano.
“Aldeias libanesas se tornarão ermas; estradas, instransponíveis”, disse Pesel, conforme a denúncia, em memorando a seus soldados.
De acordo com a imprensa israelense, Engert confirmou que, após assumir o comando, Pesel enviou uma mensagem às tropas: “Um novo chefe se juntou às brigadas. E, para começar, quero que meus combatentes cometam genocídio”.
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Engert anexou o comentário à postagem, cujos prints continuam a circular apesar da remoção do X.
Segundo a emissora de televisão israelense Canal 12, agentes das Brigadas Alexandroni permanecem há de 200 dias em situação de reserva na fronteira com o Líbano, desde a deflagração da campanha em Gaza.
Após viralizar a postagem, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich — ativista colonial notório por declarações supremacistas — reivindicou ações contra Engert, sem mencionar as declarações de intento do novo comandante.
No domingo (25), aeronaves israelenses lançaram 40 ataques contra o sul do Líbano, na maior bateria de disparos transfronteiriços desde o início das hostilidades entre Israel e o grupo Hezbollah, ligado a Teerã.
Israel afirmou que os ataques teriam caráter “preventivo”, ao antecipar uma bateria de foguetes do Hezbollah.
O movimento libanês, de fato, lançou centenas de mísseis e foguetes após a agressão. Em seguida, anunciou o que caracterizou como “primeira fase” de sua resposta à morte de seu comandante, Fuad Shukr, em um bombardeio israelense a Beirute.
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Israel e Hezbollah trocam disparos desde outubro, no contexto do genocídio israelense em Gaza, deixando 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados entre os palestinos locais.
Gaza permanece sob escombros: hospitais, escolas e abrigos não foram poupados.
Entre as fatalidades, ao menos 16.400 mil são crianças.
Israel ignora ainda medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Há receios de propagação da guerra.