O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, em colaboração com o Ministério da Saúde de Gaza, anunciou nesta terça-feira (27) um programa voltado a mensurar os casos de deficiência física causados pelos ataques israelenses nos últimos dez meses.
Conforme a pasta, casos de amputação, trauma na medula espinhal e lesões cerebrais, responsáveis por paralisia dos membros, serão incluídos no banco de dados, no intuito de planejar esforços de reabilitação e angariar próteses.
Feridos devem encaminhar prontuários e documentação até 24 de setembro, segundo o cronograma. Uma equipe médica especializada será formada para avaliar os casos, à medida que o programa busca suprir a carência de um censo sobre a matéria.
Israel mantém ataques a Gaza desde outubro, deixando 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados até então. Entre as fatalidades, ao menos 16.400 mil são crianças.
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Boa parte dos feridos sofreu amputações e cirurgias sem sequer anestesia, em meio ao cerco absoluto imposto por Israel — sem comida, água ou medicamentos. Muitos deles continuam em tratamento nos 16 dos 36 hospitais remanescentes em Gaza.
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Israel ignora ainda medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), onde é réu por genocídio sob denúncia sul-africana, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
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