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Em campanha na Cisjordânia, Israel prepara invasão a hospital em Jenin

Destruição deixada por ataques israelenses ao campo de refugiados de Tulkarm, na Cisjordânia ocupada, em 22 de agosto de 2024 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

O exército israelense planeja invadir o Hospital Público de Jenin em meio a sua onda de ataques ao norte da Cisjordânia ocupada, deflagrados na madrugada desta quarta-feira (28), alertou o governador local, Kamal Abu al-Rub.

Em contato com a agência Anadolu, al-Rub confirmou que as autoridades da ocupação notificaram o Departamento de Comunicação Civil palestino de sua intenção de invadir a instalação de saúde.

“O exército israelense pode invadir o hospital a qualquer instante”, destacou al-Rub, ao reivindicar ações da comunidade internacional para impedir o ataque e cessar a guerra de Israel contra os palestinos na Cisjordânia, Gaza e Jerusalém.

O hospital fica localizado perto do campo de refugiados de Jenin, sob rigoroso sítio das forças ocupantes desde as primeiras horas da manhã.

Os alertas coincidem com operações militares de Israel no norte da Cisjordânia, contra as regiões de Nablus, Tubas e Tulkarem, descritas como os maiores ataques israelenses à Cisjordânia em mais de duas décadas.

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Ao menos 11 pessoas foram mortas pelo exército israelense nesta madrugada, segundo estimativas do Ministério da Saúde palestino, até então.

Na manhã desta quarta, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, reiterou que as operações militares na Cisjordânia devem incluir a “evacuação temporária [sic] dos residentes palestinos”, fomentando receios de anexação ilegal das terras.

O eventual ataque ao hospital implica ainda em receios de que as cenas do Hospital al-Shifa, entre outros centros de saúde em Gaza, se repitam, incluindo mortes em massa, detenção e tortura de médicos e enfermeiros e destruição da infraestrutura.

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Nos últimos anos, o exército israelense tem conduzido operações regulares nas aldeias e cidades ocupadas da Cisjordânia, com uma escalada sem precedentes no contexto do genocídio em Gaza, desde 7 de outubro, com 40 mil mortos e 90 mil feridos.

Neste período, disparos israelenses deixaram ao menos 662 mortos e 5.400 feridos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de dez mil detidos em uma campanha hostil que dobrou a população carcerária palestina.

Parte considerável dos palestinos nas cadeias da ocupação continua em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns por definição.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, admitiu como “ilegal” as décadas de ocupação israelense em terras palestinas e exigiu evacuação imediata de todos os assentamentos e reparações aos nativos.

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