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União Europeia pede resposta a onda de violações em Jerusalém ocupada

Josep Borrell, chefe de política externa da União Europeia, em Bruxelas, Bélgica, 27 de maio de 2024 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

Josep Borrell, chefe de política internacional da União Europeia, reforçou apelos, nesta quarta-feira (28), para que a comunidade internacional reaja às reiteradas violações do status quo dos lugares santos em Jerusalém ocupada, sob ataques de colonos e tropas de Israel.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Na rede social X (Twitter), Borrell afirmou compartilhar com Ayman Safadi, ministro de Relações Exteriores da Jordânia, apreensões sobre as violações em curso “sob contínua ameaça de figuras como Itamar Ben-Gvir [ministro de Segurança Nacional]”.

“Nossos receios são absolutamente legítimos e devem ser abordados pela comunidade internacional”, insistiu Borrell ao citar o chanceler jordaniano em ressoar demandas ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para que “aja imediata e efetivamente para dar fim às medidas ilegais de Israel”.

Borrell confirmou que as ações equivalem a violações do status quo legal e histórico da Cidade Santa e advertiu contra declarações e posicionamentos inflamatórios.

LEIA: Ben-Gvir quer construir sinagoga em Al-Aqsa

“A estabilidade regional está em jogo”, alertou o diplomata.

Na terça-feira, Safadi pediu ao Conselho de Segurança para aprovar uma resolução, em caráter vinculativo, no sentido de impedir uma escalada israelense na Mesquita de Al-Aqsa, terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos”.

Conforme o ministro, “temos de fazê-lo antes que seja tarde demais [pois] a situação já é explosiva”.

Na segunda-feira, Ben-Gvir — deputado israelense conhecido por declarações racistas — voltou a incitar colonos a invadirem Al-Aqsa para realizar preces, a fim de reivindicar a construção de uma sinagoga no santuário islâmico.

O status quo — em voga desde antes da ocupação de Jerusalém por Israel, em 1967 —determina tutela jordaniana sobre o chamado Waqf Islâmico de Jerusalém, assim como lugares santos para o cristianismo.

Entretanto, desde 2003, a polícia israelense permite a invasão de colonos ilegais em Al-Aqsa, salvo sextas-feiras e sábados, sem qualquer negociação com o Waqf Islâmico.

Israel mantém violações há anos, mencionadas pelos grupos nacionais palestinos como uma das razões pela operação transfronteiriça do Hamas em 7 de outubro. A resposta israelense em Gaza, como punição coletiva, deixou 40 mil mortos e 90 mil feridos até o momento, além de dois milhões de desabrigados.

Neste entremeio, tropas e colonos israelenses intensificaram também pogroms contra aldeias e cidades ocupadas na Cisjordânia e Jerusalém, deixando ao menos 662 mortos e 5.400 feridos, além de dez mil detidos arbitrariamente.

Parte considerável dos palestinos nas cadeias da ocupação continua em custódia sem julgamento ou sequer acusação — reféns por definição.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, admitiu como “ilegal” as décadas de ocupação israelense em terras palestinas e exigiu evacuação imediata dos assentamentos e reparações aos nativos.

LEIA: À véspera de negociações, Israel anuncia novo assentamento na Cisjordânia

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