O Estado israelense passará a financiar incursões de colonos ilegais contra a Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, reportou a imprensa local, segundo informações da agência Anadolu. Trata-se de uma iniciativa inédita por parte do Estado.
Segundo a rádio estatal israelense KAN, o gabinete do ministro do Patrimônio de Israel, Amichai Eliyahu — notório por declarações supremacistas — destinará dois milhões de shekels (US$545 milhões) a invasões em massa nas próximas semanas.
A pasta de Eliyahu manteve contato com o Ministério de Segurança Nacional, chefiado pelo também extremista Itamar Ben-Gvir, a fim de obter permissão para as invasões de colonos ilegais com recursos do orçamento público.
Na segunda-feira (26), Ben-Gvir voltou a incitar que colonos fundamentalistas realizem preces no santuário islâmico, a fim de pressionar pela demolição de Al-Aqsa para então dar lugar a uma suposta sinagoga da Antiguidade.
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O anúncio do financiamento estatal às incursões coloniais ocorre apesar de promessas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu — sob pressão internacional — de preservar o status quo religioso de Jerusalém ocupada.
As condições — em voga desde antes da ocupação de Jerusalém por Israel, em 1967 —determinam tutela jordaniana sobre o chamado Waqf Islâmico de Jerusalém, incluindo os lugares santos para o cristianismo.
Entretanto, desde 2003, a polícia israelense permite a invasão de colonos em Al-Aqsa, salvo sextas-feiras e sábados, sem qualquer negociação com o Waqf Islâmico.
Israel mantém violações há anos, mencionadas pelos grupos nacionais palestinos como uma das razões pela operação transfronteiriça do Hamas em 7 de outubro.
Governos e organizações internacionais alertam que a escalada colonial em Jerusalém Oriental — para além de Gaza e Cisjordânia — representam um empecilho ao chamado processo de paz, ao fomentar receios de propagação da guerra.