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Exército israelense corta comunicação de Jenin, na Cisjordânia ocupada

Forças israelenses erguem barreiras e checkpoints em torno de Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 29 de agosto de 2024 [Wisam Hashlamoun/Agência Anadolu]

O exército de Israel cortou todos os serviços de comunicação — telefonia e internet — na cidade de Jenin e região, em meio a sua nova escalada na Cisjordânia ocupada, que teve início na madrugada desta quarta-feira (28).

Segundo a Companhia de Telecomunicações Palestina (Paltel) e a corporação Ooredoo, sediada em Doha, a falha de conectividade se deu pela agressão israelense a Jenin, que danificou suas principais redes e linhas de apoio em toda a área.

Equipes técnicas têm trabalhado desde ontem para restaurar os serviços, conforme os relatos, apesar das dificuldades em campo.

No mesmo contexto, a sala de operações do Crescente Vermelho da Palestina reportou que seu contato com o departamento de ambulâncias e suas equipes locais se perdeu, devido aos cortes deliberados de comunicação.

O blecaute informacional em Jenin — região vista como foco da resistência orgânica na Cisjordânia — sugere preparativos a uma campanha de larga escala contra a população, incluindo prováveis violações aos direitos civis.

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A campanha israelense contra a Cisjordânia teve início nesta quarta contra três regiões críticas: Jenin, Tulkarem e o campo de refugiados de Far’a, perto de Tubas. A operação representa a maior ofensiva de Israel na região em mais de duas décadas.

Os avanços israelenses, no entanto, seguiram ao longo da noite rumo ao sul de Belém, assim como o campo de refugiados de Arroub, no norte de Hebron (al-Khalil), a cidade de Nablus e a aldeia de Nabi Saleh, a noroeste de Ramallah.

Na manhã de quarta, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, enfatizou que as operações militares na Cisjordânia devem abarcar a “evacuação temporária [sic] dos residentes palestinos”, fomentando receios de anexação ilegal das terras.

Nos últimos anos, o exército israelense tem conduzido operações regulares nas aldeias e cidades ocupadas da Cisjordânia, com uma escalada sem precedentes no contexto do genocídio em Gaza, desde 7 de outubro, com 40 mil mortos e 90 mil feridos.

Neste período, disparos israelenses deixaram ao menos 662 mortos e 5.400 feridos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, além de dez mil detidos em uma campanha hostil que dobrou a população carcerária palestina, sobretudo presos arbitrariamente.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, admitiu como “ilegal” as décadas de ocupação israelense em terras palestinas e exigiu retirada imediata de tropas e colonos e reparações aos nativos.

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