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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Sionismo, a ideologia racista que destrói, mata e persegue

Vista aérea dos danos em Khan Younis, na Faixa de Gaza, deixados pelos bombardeios de Israel, em 31 de julho de 2024 [Hassan Jedi/Agência Anadolu]

Os mais de dez meses de massacre, destruição e limpeza étnica na Faixa de Gaza, trouxe ao noticiário temas até então restritos à academia e pequenos círculos. Fala-se o tempo todo em “regime sionista” ou “ocupação sionista” de “Israel”, que é um misto de Estado, enclave colonial e entidade sionista. As ações de “Israel” mostraram ao mundo a verdadeira face do sionismo, essa ideologia racista que se assemelha ao nazismo pelos seus métodos e seus feitos não apenas na Palestina, mas em várias regiões do mundo.

Que fique bem claro que sionismo e Judaísmo são coisas distintas. A prática desta religião antiga e respeitável nada tem a ver com a ideologia nascida na Europa no final do Século XIX. Ser praticante do judaísmo, não vincula seus adeptos às práticas fascistas do sionismo, que se apropriou do judaísmo como forma de dar sustentação às suas teses racistas e supremacistas, quando sabemos que nem todos os judeus são sionistas ou apoiam as atrocidades de Israel.

Afinal, o que é o sionismo, essa ideologia marcadamente colonialista, racista, fundamentalista, extremista, ultranacionalista, supremacista xenófoba, assassina, arabofóbica, islamofóbica, cristãofóbica, antissemita, genocida, infanticida, intervencionista, expansionista, militarista, traficante de órgãos…?

O Movimento Sionista foi criado com base no pensamento do seu fundador, Theodor Herzl, um jornalista judeu austro-húngaro, vindo de família de banqueiros e defensor de uma série de teses fantasiosas, entre elas: “uma terra sem povo para um povo sem-terra”. O sionismo se baseia na teoria defendida por Herzl no seu livro O estado judeu, de 1896, da existência de um estado nacional judaico independente e soberano no território onde teria existido o imaginário “Reino de Israel”.

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Diferentemente do que alardeiam seus apologistas, o sionismo não é um movimento que pretendeu a independência de Israel, porque “Israel” nunca existiu. Não houve luta anticolonial, mas uma ocupação colonial da Palestina, através da autoproclamação do Estado de Israel, em 1948.

Cria macabra do sionismo, “Israel” não é um mero espantalho concebido pelo imperialismo estadunidense e europeu no pós-guerra, mas a expressão mais cruel e vergonhosa do modelo civilizacional do imperialismo, com a função primordial de servir como braço executor do mais bárbaro expansionismo colonialista dos Estados Unidos e Europa.

As organizações que apoiam os crimes de “Israel” usam sempre a fajuta acusação de antissemitismo contra defensores dos direitos humanos e da soberania dos palestinos. Desde o 7 de outubro, várias pessoas e entidades têm sido acusadas, perseguidas e processadas numa campanha sórdida movida pelos sionistas.

Esses donos de meias verdades não se importam em dizer quem são os semitas. As pessoas são persuadidas a crer que semitas seriam apenas os judeus, quando na verdade semitas são os adeptos das religiões abraâmicas, como hebreus (judeus), árabes (cristãos e muçulmanos), assírios (cristãos) e outros povos originários do norte da Península Arábica, e não apenas os judeus.

O antissemitismo é uma das formas mais repugnantes de racismo.

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As surradas acusações de antissemitismo já não são mais aceitas em todo o mundo, porque a sua fragilidade política e ideológica foram expostas. A acusação de antissemitismo tem sido usada para intimidar os críticos dos crimes de “Israel” ou para esterilizar a discussão e desviar a atenção dos problemas reais, quando é sabido que os palestinos e os movimentos de solidariedade rejeitam fortemente as narrativas com viés religioso ou sectário da luta contra a ocupação, condenando qualquer forma de perseguição ou a negação de direitos, seja de judeus, árabes – cristãos e muçulmanos, ou qualquer outra pessoa e grupo.

O caso mais patente é a perseguição implacável e covarde das organizações testas de ferro do estado terrorista de Israel no Brasil contra o jornalista Breno Altman, condenado por um Juiz de 1ª Instância com uma sentença desfavorável em caso de injúria criminal, cujo “crime” foi enfrentar cúmplices morais do Estado mais imoral da Terra.

Essas entidades funcionam como agências de “Israel” e dos seus órgãos de inteligência, agindo segundo os ditames dos seus patrões de Tel Aviv para perseguir os defensores de justiça, direitos e reparação para o povo palestino, vítima constantes dos crimes de lesa-humanidade, limpeza étnica e genocídio, que têm por objetivo o extermínio da população palestina para perpetuar a ocupação colonial israelense.

“Israel” está empreendendo uma guerra genocida de contra o povo palestino na Faixa de Gaza, utilizando toda sua capacidade e utilizando todo tipo de armas, munições e bombas internacionalmente proibidas, bombardeando indiscriminadamente escolas, hospitais e áreas protegidas pelo Direito Humanitário Internacional.

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Mesmo com todo poderio e ajuda dos Estados Unidos, que já enviou mais de 50.000 toneladas de equipamentos militares, incluindo veículos blindados, armas, munições, equipamentos de proteção e suprimentos médicos, “Israel” vem sendo humilhado pelas ações da resistência palestina na operação “Inundação de Al-Aqsa”, numa demonstração da incapacidade de vencer a guerra contra o Hamas e o Hezbollah, nem rapidamente, nem nunca.

“Israel” e os seus prepostos sabem que já perderam a batalha em Gaza, no Líbano e na opinião pública mundial. Que a única conquista que os sionistas podem ostentar são os crimes de guerra, o genocídio, o assassinato em massa de crianças e mulheres, a destruição de infraestruturas e a eliminação de todos os aspectos da vida na Faixa de Gaza. Diante desse fracasso retumbante, o que lhes resta é a perseguição a quem se coloca do lado correto da história.

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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