O movimento palestino Hamas condenou nesta sexta-feira (30) os avanços israelenses em curso na Cisjordânia ocupada, ao descrevê-los como parte de uma estratégia maior para usurpar terras palestinas ao expulsar seus residentes.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
A campanha militar israelense se concentra no momento em Jenin, após ser lançada na quarta-feira (28) em três localidades distintas: Tubas, Tulkarem e Nablus.
Trata-se da maior ofensiva de Israel contra a região desde 2002.
Conforme o comunicado do Hamas, os ataques na Cisjordânia são uma extensão direta dos crimes de guerra cometidos por Israel na Faixa de Gaza — onde o genocídio, desde outubro, deixou 40 mil mortos e 90 mil feridos até então.
Segundo o grupo nacional palestino, tais avanços armados são parte de um plano para “expropriar mais terras da Cisjordânia e expulsar seus habitantes”.
O Hamas, no entanto, argumentou que as operações israelenses falharam, após recuo em Tubas e Tulkarem, de maneira que “o resultado inevitável da agressão em curso em Jenin será o mesmo”.
Até a tarde desta sexta, ao menos 19 palestinos haviam sido mortos em 72 horas.
Na noite de quinta-feira (29), o exército da ocupação israelense se retirou de Tulkarem, ao encerrar um dia inteiro de ataques intensivos. Pouco antes, tropas coloniais haviam também deixado o campo de refugiados de al-Far’a, em Tubas.
Tensões permanecem altas na Cisjordânia ocupada, com escalada de invasões militares e pogroms a aldeias e cidades paralelamente às violações em Gaza.
Ao menos 673 palestinos foram mortos por Israel na Cisjordânia nos últimos 11 meses, além de 5.400 feridos e 10.300 prisioneiros políticos — em uma campanha que dobrou a população carcerária palestina.
Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, julgou ilegal a ocupação israelense de décadas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao ordenar evacuação das tropas e colonos e reparação aos nativos.
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