O governo de Israel estendeu nesta sexta-feira (30) o serviço militar obrigatório de 350 reservistas por mais quatro meses, até o fim de 2024, no contexto da agressão a Gaza e da ampliação das operações na Cisjordânia, reportou a agência Anadolu.
Segundo a rádio israelense Kan, ligada ao exército, o governo votou e deferiu a medida durante reunião de seu gabinete de segurança, contudo, sem maiores detalhes.
Ainda em outubro de 2023, Israel convocou mais de 350 mil reservistas a sua ofensiva na Faixa de Gaza. Desde então, estendeu a convocatória diversas vezes.
A decisão coincide com dezenas de deserções nas fileiras de Israel, sem um cessar-fogo no horizonte.
A emissora israelense Canal 12 reportou, por exemplo, que 15 soldados da Brigada de Paraquedistas se negaram a voltar a Gaza, após concluírem operações em Deir al-Balah e Khan Younis.
“Uma das questões que acompanha a conclusão das missões é a exaustão dos agentes, que então deixam as fileiras por um período de descanso”, informou a reportagem. “O exército busca lidar com a exaustão criativamente [sic], mas está claro se tratar de uma situação sensível que podem afetar mais soldados e unidades”.
Em uma instância paralela, o exército israelense ameaçou levar dezenas de soldados à corte marcial caso se recusem a retornar a Gaza. Segundo os relatos, dez dos soldados desertores receberam alertas oficiais, sob risco de julgamento.
Segundo familiares, os agentes são forçados a conduzir manobras por terra em Gaza ou enfrentar detenção. “Sobraram poucos soldados capazes de lutar”, relatou um parente. “É o nosso papel, como familiares, ajudá-los a encarar um sistema que não se importa com eles”.
Após 11 meses, generais reformados advertem que as missões declaradas de Israel — aniquilar o movimento Hamas e controlar o território — são inviáveis.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro, deixando 40 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Escolas, hospitais e campos de refugiados não foram poupados.
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