Começou neste domingo (1º) a primeira fase da campanha de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza, sob iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas (ONU), visando imunizar 600 mil crianças.
A iniciativa tem ainda colaboração do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) e do Ministério da Saúde da Palestina.
Segundo as Nações Unidas, campanha seguirá conforme acordada se pausa nos combates for mantida.
A trégua para imunização, acordada por Israel e Hamas, prevê três etapas de três dias cada, a começar pela região sul, então centro e norte de Gaza.
A primeira fase de uma campanha de vacinação contra a poliomielite liderada pela ONU começou nas áreas centrais de Gaza neste 1º de setembro. A operação tem como objetivo vacinar 600 mil crianças nos próximos dias.
Centenas de famílias de Gaza têm feito fila para aguardar a vez de suas crianças receberem a vacina desde a manhã de domingo, em uma campanha destinada a impedir o ressurgimento do vírus após um primeiro caso diagnosticado.
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Sam Rose, porta-voz da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) notou à imprensa que mais de 200 equipes estão administrando a vacina em 25 locais nas áreas centrais de Gaza.
Segundo Rose, as equipes vão “de tenda em tenda”, a fim de atingir todas as crianças com menos de 10 anos de idade, para que a campanha seja bem-sucedida.
Em 16 de agosto, o Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de pólio no território palestino em 25 anos, na cidade de Deir al-Balah, diagnosticado em um bebê de então dez meses de idade, não vacinado devido ao cerco.
Em julho, a OMS manifestou “preocupação extrema” sobre um surto epidêmico depois de encontrar componentes de poliovírus tipo 2 (cVDPV) em amostras de esgoto de Deir al-Balah e Khan Younis.
A cobertura de vacinação contra poliomielite nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022 — porém, registrou queda a 89% no final de 2023, no contexto da escalada israelense.
Casos de hepatite A, difteria e gastroenterite também atingem a população, devido às condições sanitárias em Gaza, em particular, esgoto a céu aberto próximo aos campos de refugiados superlotados, sob sucessivos bombardeios de Israel.
Atualmente, apenas 16 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente operantes, assim como 45 das 105 instalações de saúde primária.
Os ataques indiscriminados de Israel a Gaza deixaram ao menos 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 16.400 mil são crianças.
Israel age em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia deferida em janeiro, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.