Izzat al-Rishq, oficial sênior do gabinete político do Hamas, desmentiu neste domingo (1°) a alegação israelense de seu movimento executou seis reféns em cativeiro, cujos corpos foram supostamente encontrados no sul de Gaza.
Segundo Rishq, as mortes decorreram dos próprios bombardeios de Israel.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
“Aqueles que matam nosso povo dia após dia são os colonizadores israelenses com suas armas americanas. Os prisioneiros encontrados em Gaza não foram mortos por nós, mas sim pelo implacável bombardeio sionista”, destacou Rishq em comunicado.
“Caso o presidente [dos Estados Unidos Joe] Biden realmente se importasse com as vidas dos prisioneiros israelenses, cessaria seu apoio financeiro e militar a Israel e pressionaria seu aliado a encerrar sua agressão imediatamente”, acrescentou.
Rishq insistiu que o Hamas tem maior atenção às vidas dos prisioneiros do que Biden, ao citar a aquiescência do grupo palestino a um acordo de cessar-fogo e o desacato de Israel a uma resolução das Nações Unidas por negociações.
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O resgate dos corpos foi anunciado no domingo pelo exército israelense, embora detalhes permaneçam opacos. Estima-se que o “resgate” seja empregue para manter a campanha em Gaza pelo 11º mês consecutivo, em detrimento da pressão internacional.
Até domingo, 107 prisioneiros de guerra israelenses permaneciam em Gaza, desde a ação transfronteiriça do Hamas de 7 de outubro, que capturou colonos e soldados.
Em Israel, protestos de massa contra o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pedem um acordo de troca de prisioneiros.
Em Gaza, a campanha israelense — punição coletiva — deixou ao menos 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados. O enclave está em ruínas, sem água, comida, energia elétrica ou medicamentos.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
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