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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Vacinação contra pólio alcança 87 mil crianças em Gaza, reporta Unicef

Nas redes sociais, a representação do Unicef na Palestina comemorou os resultados do primeiro dia de vacinação na região.

Após o primeiro dia da campanha de vacinação contra a poliomielite promovida na Faixa de Gaza, neste domingo (1º), cerca de 87 mil crianças menores de dez anos foram imunizadas contra a doença.

O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (2) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que coordena a ação em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Agência das Nações Unidas para Assistência aos Refugiados (UNRWA) e Ministério da Saúde da Palestina.

Nas redes sociais, a representação do Unicef na Palestina comemorou os resultados do primeiro dia de vacinação na região.

“Agradecemos ao Ministério da Saúde da Palestina, ao Unicef, à OMS, à UNRWA e às equipes dedicadas atuando em campo. Juntos, estamos um passo mais próximos de interromper a transmissão da doença e salvar a vida de crianças”, declarou a agência.

Na semana passada, o representante da OMS na Palestina, Rik Peeperkorn, anunciou um acordo com Israel e o grupo palestino Hamas para permitir a vacinação de crianças contra a poliomielite na Faixa de Gaza, após um primeiro caso da doença.

“Discutimos com autoridades israelenses e concordamos com pausas humanitárias por três dias”, disse Peeperkorn. “Não vou dizer que este é o caminho ideal a ser seguido. Contudo, é uma forma viável de avançar. Precisamos interromper a transmissão de pólio dentro e fora de Gaza”.

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“Claro que todas as partes terão de se ater a isso. Precisamos garantir que, durante todos esses dias, possamos implementar a campanha em meio à pausa humanitária”, acrescentou.

Ainda que as pausas humanitárias sejam cumpridas, há o risco de que o prazo de três dias, previsto para cada uma das rodadas de vacinação — separada em etapas sul, centro e norte —, não baste para alcançar a meta de 90% de cobertura vacinal, advertiu na sexta-feira (30) Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

“A cobertura vacinal será monitorada ao longo da campanha e foi acordado que a vacinação será estendida por um dia, caso necessário”, apontou o médico.

Em agosto, a OMS confirmou o primeiro caso de pólio em Gaza em 25 anos, em um bebê de dez meses em Deir al-Balah. Em seu perfil na rede social X (Twitter), Ghebreyesus destacou estar “seriamente preocupado” com a confirmação do caso.

“A OMS e seus parceiros trabalharam arduamente para colher e transferir amostras da criança para testagem em um laboratório certificado na região. O sequenciamento genômico confirmou que o vírus está ligado à variante do poliovírus tipo 2, detectada em amostras ambientais recolhidas em junho em águas residuais de Gaza. A criança, que desenvolveu paralisia na perna esquerda, está em condição estável”, informou.

Desde então, ONU e OMS reforçaram apelos por uma trégua humanitária de até sete dias.

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“Essas pausas nos combates permitiriam que crianças e famílias chegassem em segurança às unidades de saúde e que agentes comunitários alcançassem crianças que não têm acesso a essas unidades para serem imunizadas contra a poliomielite. Sem as pausas humanitárias, a realização das campanhas não será possível”, enfatizou a OMS.

“É essencial que o transporte das doses e dos equipamentos de refrigeração seja facilitado em todas as etapas da jornada, para garantir, em tempo oportuno, o recebimento, a aprovação e a liberação dos insumos para a nossa campanha”, prosseguiu a agência.

A OMS acionou desde então 708 equipes com cerca de 2.700 profissionais de saúde, ao determinar como meta nove entre cada dez crianças com menos de dez anos, a fim de interromper a circulação do vírus. Contudo, alertou para dificuldades devido a “sistemas de saúde, água e saneamento gravemente prejudicados na região”.

Em julho, a OMS manifestou “preocupação extrema” sobre um surto epidêmico depois de encontrar componentes de poliovírus tipo 2 (cVDPV) em amostras de esgoto de Deir al-Balah e Khan Younis.

A cobertura de vacinação contra poliomielite nos territórios palestinos é notavelmente alta, com 99% em 2022 — porém, registrou queda a 89% no final de 2023, no contexto da escalada israelense.

Casos de hepatite A, difteria e gastroenterite também atingem a população, devido às condições sanitárias em Gaza, em particular, esgoto a céu aberto próximo aos campos de refugiados superlotados, sob sucessivos bombardeios de Israel.

Atualmente, apenas 16 dos 36 hospitais de Gaza estão parcialmente operantes, assim como 45 das 105 instalações de saúde primária.

Os ataques indiscriminados de Israel a Gaza deixaram ao menos 40 mil mortos, 94 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Entre as fatalidades, 16.400 mil são crianças.

Israel age em desacato de medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, onde é réu por genocídio sob denúncia deferida em janeiro, além de resoluções por um cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

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