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Ativistas brasileiros participam de fórum estudantil pela Palestina, na Turquia

Ativistas participam de Fórum Internacional Estudantil para a Palestina, em Istambul, na Turquia, em 30 de agosto de 2024 [Hyatt Omar/Instagram/Reprodução]

Ativistas brasileiros participaram na semana passada do Fórum Internacional de Ativismo Estudantil para a Palestina (IFSAP), em Istambul, na Turquia. O evento aconteceu entre os dias 29 e 30 de agosto com diversos painéis e oficinas de formação.

Dentre os eventos, realizou-se um workshop de treinamento com Ahmed Abu Hamad, da rede internacional Al Jazeera, para organizar e promover campanhas de mídia em âmbito global e regional. Abu Hamad contribuiu com estratégias digitais em nome das iniciativas, com enfoque em proteção de dados e métodos de alcance.

Na sexta-feira (30), universitários e ativistas de todo o mundo apresentaram e debateram suas experiências no movimento estudantil, incluindo os desafios atuais. Os estudantes concordaram, no encerramento, em estabelecer mecanismos de comunicação em nome da solidariedade internacional palestina.

Do Brasil, viajaram ao evento João Conceição, membro da Frente Palestina São Paulo e do Comitê de Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino da Universidade de São Paulo (ESPP–USP), e a ativista e influencer brasileiro-palestina Hyatt Omar.

Ao justificar sua presença, João recordou os escritos do revolucionário palestino Ghassan Kanafani: “A causa palestina não é somente dos palestinos, mas de todo revolucionário, onde quer que esteja, pois é uma causa das massas exploradas em nossa era”.

 

“Somos parte da mesma classe, dos mesmos grupos oprimidos”, explicou João nas redes sociais. “Sem fronteiras, um único objetivo: libertar toda a humanidade … Somos parte de uma geração que está ou condenada a barbárie e destruição ou da luta para construir não apenas um novo futuro, mas um presente pelo qual vale a pena viver”.

Portanto, digo: sou um ativista de solidariedade à Palestina porque sou um estudante e trabalhador negro, LGBTQI+ da América Latina, que enfrenta a opressão e a exploração como muitos outros jovens de muitos países; que quer criar uma saída disso tudo, construir um mundo em que somos iguais e livres.

Em vídeo, João reafirmou ainda a campanha na USP pela ruptura de relações e convênios com universidades israelenses, que alicerçam o regime de colonização e apartheid.

 

Hyatt Omar — com 187 mil seguidores no Instagram — somou-se ao evento, ao descrever como “uma honra representar o Brasil … e conhecer seres humanos incríveis” que lutam pela causa palestina.

Nesses dois dias, aprendi muito com todos eles e também compartilhei a nossa realidade aqui no Brasil, algo que muitos não conheciam. No final, eventos como esse servem para nos unir e nos incentivar a trabalhar ainda mais pela nossa causa, pois nunca desistiremos!

“O congresso mostrou que a causa palestina deveria pertencer a todos”, destacou Hyatt. “Além disso, [que] a Palestina nos pertence tanto quanto nós pertencemos a ela”.

A conferência ocorreu sob o slogan “Uma revolução estudantil contra o genocídio”, com a participação de líderes e organizadores de mais de 30 países e 90 universidades.

O evento sucedeu o anúncio do estabelecimento da maior rede global de estudantes em apoio à Palestina, em Nova York, nos Estados Unidos — epicentro dos acampamentos e protestos que tomaram o mundo, a partir da Universidade de Columbia.

A Rede Global de Estudantes em Solidariedade à Palestina — em inglês, Global Students For Support Palestine Network (GSPN) — foi lançada em 26 de agosto, com centenas de associações discentes de instituições do continente americano, Europa, África e diversos países árabes e islâmicos.

As mobilizações ocorrem no contexto do genocídio conduzido pelo exército israelense na Faixa de Gaza sitiada, com ao menos 40 mil mortos e 94 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados em 11 meses.

Israel age em desacato de uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança das Nações Unidas e medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, para desescalada e fluxo humanitário.

O Estado israelense é réu por genocídio na corte em Haia, sob denúncia da África do Sul deferida em janeira. Suas ações na Palestina ocupada, incluindo Cisjordânia e Jerusalém, constituem punição coletiva e crime de guerra e lesa-humanidade.

LEIA: Além dos contratos militares: quais são os acordos do Brasil com Israel na educação?

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