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Brics sinaliza ampliação, com candidatura turca e adesão argelina ao NDB

Logotipo do Novo Banco do Desenvolvimento, em Xangai, na China, em 25 de novembro de 2016 [Wikimedia/Creative Commons/Divulgação]

Em um avanço importante que pode dar nova forma às alianças internacionais, a Turquia formalizou sua candidatura para se filiar ao grupo dos Brics, composto originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

A ação indica a intenção do governo de Recep Tayyip Erdogan em diversificar sua política externa e suas parcerias econômicas em um novo contexto global.

Os Brics — que representam algumas das maiores economias emergentes do planeta —têm ganhado influência na arena global, ao reivindicar uma ordem multipolar e contrapor a hegemonia das instituições ocidentais, além de desdolarizar a economia global.

Oficiais turcos enfatizaram benesses em se filiar aos Brics, incluindo maiores acordos de comércio, acesso a novos mercados e oportunidades de colaboração em diversas áreas, como infraestrutura, tecnologia e energia.

A medida sugere ainda maior afastamento da Turquia em relação aos Estados Unidos e à União Europeia — bloco ao qual sua candidatura, lançada originalmente no ano de 2005, permanece congelada desde 2019.

Caso aprovada a adesão turca, o país seria o primeiro membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a se filiar aos Brics.

Em desenvolvimento paralelo, o presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, anunciou formalmente sua solicitação para ingressas no Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) —ou Banco dos Brics, com sede em Xangai, comandado pela ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff. Tebboune prometeu contribuição inicial de US$ 1.5 bilhão.

A entrada argelina foi anunciada por seu Ministério das Finanças após a reunião anual do Banco dos Brics na Cidade do Cabo, na África do Sul. Trata-se do nono Estado a integrar a instituição.

Turquia e Argélia podem encabeçar uma segunda onda de ampliação dos Brics em breve, após a entrada de Irã, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos em 1º de janeiro de 2024. A Arábia Saudita não aderiu oficialmente, mas já participa das reuniões.

O Novo Banco do Desenvolvimento foi criado pelos membros originais dos Brics em 2015. Em 2021, Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai se juntaram à instituição, cujos objetivos incluem projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em seus espaços de atuação.

LEIA: O crescimento dos Brics e a desdolarização ameaçam a hegemonia do Ocidente

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