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Cineasta japonês demonstra apoio à Palestina no Festival de Veneza

Diretor japonês Neo Sora demonstra apoio à Palestina no 81º Festival Internacional de Cinema de Veneza, na cidade italiana, em 3 de setembro de 2024 [X/Reprodução]

O diretor de cinema japonês Neo Sora vestiu o tradicional lenço palestino (keffiyeh) e um broche com a bandeira do país ao atravessar o tapete vermelho da 81a edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, nesta terça-feira, 3 de setembro.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Sora compareceu ao evento para lançar Happyend, seu primeiro longa-metragem, na sessão Horizonte (Orizzonti).

Sora — filho do conhecido compositor japonês Ryuichi Sakamoto — costuma utilizar suas redes sociais para emprestar voz aos palestinos e conscientizar o público sobre os crimes de Israel em Gaza e a crise humanitária no enclave sitiado.

Happyend, com estreia no Japão em 4 de outubro deste ano, é um drama nipo-americano que aborda temas de identidade, pertencimento e conexões humanas.

O festival deste ano termina em 12 de setembro, com a exibição do filme de horror gótico L’orto americano, de Pupi Avati, e inclui em sua programação a produção brasileira Ainda Estou Aqui, do diretor Walter Salles, com Fernanda Torres e Selton Mello.

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Manifestações na indústria do cinema são raras por receios de sanções por produtores e estúdios sionistas — contudo, expressivas, como o caso do coletivo Artists for Ceasefire, que inclui os diretores Alfonso Cuáron e Jordan Peele e atores e atrizes emergentes como Jenna Ortega, Melissa Barrera e Jeremy Allen White.

A demonstração de apoio de Neo Sora no calendário de premiações do cinema se soma a manifestações de figuras consagradas em Hollywood como Mark Ruffalo e Cate Blanchet na cerimônia do Oscar e no Festival de Cannes, respectivamente.

Em março, ao subir ao palco, o diretor Jonathan Glazer condenou a “desumanização” dos palestinos de Gaza após vencer o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por sua obra Zona de Interesse (The Zone of Interest), que recorda a naturalização do horror às margens do campo de concentração de Auschwitz, durante o Holocausto nazista.

Gaza permanece sob ataques indiscriminados de Israel há 11 meses, com mais de 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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Palestina: quatro mil anos de história
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