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Gaza tem 600 mil crianças traumatizadas, sem acesso ao ensino, estima ONU

Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), em 30 de abril de 2024 [Fabrice Coffrini/AFP via Getty Images]

Mais de 600 mil crianças de Gaza estão profundamente traumatizadas vivendo dentre os escombros dos bombardeios israelenses, estimou Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Lazzarini comentou o retorno às aulas na plataforma de rede social X (Twitter): “Meninos e meninas de toda a região estão voltando às escolas da UNRWA — exceto em Gaza”.

Segundo o oficial, crianças de Gaza “continuam privadas do aprendizado, metades delas matriculadas em nossas escolas”.

“Quanto mais tempo as crianças ficarem fora da escola, maior o risco de perdermos toda uma geração, ao alimentar o ressentimento e mesmo o extremismo”, alertou Lazzarini.

LEIA: ‘Gaza não é lugar para crianças’, alerta agência das Nações Unidas

Conforme seu relato, mais de 70% das escolas da agência em Gaza foram danificadas ou destruídas pelas ações de Israel.

“A vasta maioria das nossas escolas se tornaram abrigos superlotados, com centenas de milhares de famílias deslocadas”, insistiu o oficial, ao notar que as instituições restantes “não podem ser usadas para o aprendizado”.

“Sem um cessar-fogo, crianças estão sujeitas à exploração”, concluiu Lazzarini, ao ecoar apelos por um cessar-fogo da comunidade internacional. “Um cessar-fogo é uma vitória a todo mundo: alívio aos civis, soltura dos reféns e fluxo de suprimentos básicos, incluindo para o aprendizado”.

Gaza permanece sob ataques de Israel há 11 meses, com mais de 40 mil mortos e 90 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Entre as fatalidades, 16.400 são crianças.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

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