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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Netanyahu volta a apagar Palestina do mapa em pronunciamento oficial

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresenta mapa de seu país que inclui a Cisjordânia, em pronunciamento à imprensa, em Jerusalém ocupada, em 2 de setembro de 2024 [Screenshot/Agência Anadolu]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, voltou a utilizar um mapa de seu país que exclui a Palestina e impõe a anexação ilegal da Cisjordânia ocupada, em declaração à imprensa realizada nesta segunda-feira (2).

O premiê apresentou a projeção de um mapa sem indícios de um Estado da Palestina, ao sugerir novamente a anexação dos territórios ocupados em nome de seu projeto colonial da “Grande Israel”, apresentado à Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro de 2023, ainda antes do genocídio em Gaza.

Em seu mapa, Jerusalém Oriental também é anexada.

Netanyahu foi à televisão para defender o controle do Corredor da Filadélfia, entre Gaza e Egito, imposição israelense que inviabiliza as negociações para um cessar-fogo e troca de prisioneiros com o movimento Hamas.

“O Corredor da Filadélfia não deve ser evacuado”, afirmou o premiê. “Caso Israel abdique de seu controle, Gaza voltará a ser um enclave terrorista [sic]”.

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“O eixo do mal [sic] precisa do Corredor da Filadélfia e, por essa razão, devemos controlá-lo. O Hamas insiste em não nos ter por lá e, por essa razão, insisto que devemos estar lá”, acrescentou.

O Ministério de Relações Exteriores da Palestina condenou a representação geográfica de Netanyahu: “Seu mapa revela a verdade sobre o projeto colonial e racista de seu governo de extrema-direita”.

“Netanyahu continua a usar um mapa que retrata a Cisjordânia como parte do Estado da ocupação, em claro e explícito reconhecimento de seus crimes racistas e coloniais, e em franco desdém da legitimidade internacional e suas resoluções, assim como dos ensejos internacionais por paz e dos acordos assinados”, elucidou Ramallah.

O porta-voz da presidência palestina, Nabil Abu Rudeineh, reiterou que o mapa “constitui grave violação das normas de legitimidade internacional” e “revela claramente a intenção premeditada de Israel de entrincheirar a ocupação e implementar seus assentamentos e anexação”.

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Para Abu Rudeineh, “esta abordagem equivocada, tanto política quanto militarmente, não trará segurança ou estabilidade a ninguém”.

Netanyahu, entretanto, não está sozinho em suas manifestações expansionistas. Desde o início da crise em Gaza, celebridades e políticos israelenses passaram a vestir pingentes com mapas da Palestina histórica como Israel, incluindo os territórios de 1967.

Soldados na Faixa de Gaza foram também vistos com broches do mapa colonial em seus uniformes, ao indicar um discurso predominante de anexação ilegal.

Em março de 2023, o ministro das Finanças supremacista, Bezalel Smotrich, apresentou-se na cidade de Paris sobre um mapa de “Grande Israel”, com a Jordânia também anexada ao Estado colonial.

O partido Likud, de Netanyahu, em seu manifesto prevê Israel “do rio ao mar”.

Na última semana, Israel intensificou suas ações contra a Cisjordânia, após 11 meses de genocídio em Gaza. O movimento Hamas advertiu que os avanços sugerem pretexto para impor o projeto de “Grande Israel”, isto é, ao consumar a anexação ilegal e impossibilitar a formação de um Estado palestino.

Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade das décadas de ocupação militar israelenses na Palestina ocupada, ao ordenar evacuação dos colonos e reparação aos nativos.

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