O movimento palestino Hamas reiterou nesta quarta-feira (4) que a campanha militar em curso na Cisjordânia ocupada, lançada pelo exército israelense na semana passada, não conseguirá deter a “maré crescente da resistência”.
Em nota à imprensa, destacou o Hamas: “Enquanto choramos os mártires que caem dia após dia na resiliente Cisjordânia — mais de 30 desde o início da operação na quarta-feira [28] — reafirmamos que seu sangue não será derramado em vão. Ao contrário, encorajará nossa resistência, dando força e fôlego a suas operações extraordinárias e à mobilização nacional”.
O movimento enalteceu a luta “do povo e dos combatentes da resistência na Cisjordânia, especialmente em Tulkarem, que continua de pé apesar dos ataques e da destruição em curso pelas forças da ocupação israelense, incluindo ataques brutais a cidadãos e a suas propriedades”.
“As operações militares correntes e a implacável agressão da ocupação confirma planos de longa data para deslocar os residentes da Cisjordânia e anexá-la, agora renovados pelo governo fascista de Israel, mas que encontrará apenas maior resiliência por nosso povo”, acrescentou o Hamas.
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O grupo palestino pediu à população nativa que mantenha e intensifique sua oposição às forças ocupantes, como parte da chamada Operação Tempestade de Al-Aqsa, que cruzou a fronteira de Gaza em 7 de outubro de 2023 e capturou colonos e soldados.
Para o Hamas, o objetivo é a “plena libertação” da Palestina.
Tensões permanecem altas na Cisjordânia, com avanços israelenses que compreendem evacuação de cidadãos nativos e sugerem planos de anexação, no contexto do genocídio em Gaza, com 40 mil mortos e 90 mil feridos.
Na Cisjordânia, são 673 palestinos mortos em menos de um ano, além de 5.400 feridos e 10.300 detidos arbitrariamente — em uma campanha de prisão que dobrou a população carcerária palestina.
Boa parte dos presos continua em custódia sem julgamento ou sequer acusação — isto é, reféns, por definição.
Em 19 de julho, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, determinou a ilegalidade das décadas de ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao ordenar evacuação imediata dos assentamentos e reparações aos nativos.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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