O Alto Comitê de Monitoramento Árabe no território designado Israel anunciou uma greve geral em 1º de outubro, para recordar os 24 anos do assassinato de 13 jovens palestinos pela polícia israelense no início da Segunda Intifada, levante popular contra a ocupação, entre setembro de 2000 e fevereiro de 2005.
Entre 1º e 8 de outubro, a polícia israelense matou a tiros 13 jovens desarmados, entre os quais 12 cidadãos árabes de Israel e um residente de Gaza, além de centenas de feridos, durante protesto contra assassinatos nos territórios ocupados.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (5), o comitê confirmou que a greve incluirá escolas, negócios e espaços públicos entre as comunidades árabe-palestinas, com mote de apoio aos palestinos de Gaza e da Cisjordânia, vitimados por genocídio e escalada colonial.
Em Gaza, desde outubro passado, as ações israelenses deixaram ao menos 40 mil mortos e 90 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia, são cerca de 650 mortos, cinco mil feridos e dez mil detidos arbitrariamente.
LEIA: 61% dos israelenses não confiam em Netanyahu sobre a guerra, revela pesquisa
Na semana passada, Israel lançou também sua maior ofensiva à Cisjordânia em 20 anos, com enfoque em Tulkarem, Jenin e Tubas, ao sugerir evacuação dos residentes nativos e anexação ilegal de terras.
Neste mesmo contexto, palestinos no território designado Israel — ocupado em 1948, via limpeza étnica planejada, durante a Nakba ou catástrofe — sofrem uma ditadura de facto, sob perseguição policial e demolição de suas casas.
“Árabe-israelenses” nos territórios de 1948 — expressão que busca apagar sua identidade palestina — vivem sob regime de apartheid, consolidado por dezenas de leis racistas que os impõem uma cidadania de segunda unidade.
Muhammad Baraka, chefe do comitê, notou também que a greve compreenderá protestos contra a violência sem precedentes nas cadeias de Israel, contra os prisioneiros políticos palestinos, incluindo tortura, estupro, fome e negligência médica.
LEIA: A proposta do Corredor Filadélfia é uma armadilha que pode explodir na fronteira egípcia