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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Expulsão dos palestinos à Jordânia seria ‘declaração de guerra’, alerta Amã

Ministro de Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, em Munique, na Alemanha, 18 de fevereiro de 2024 [Alex Kraus/Bloomberg via Getty Images]

A Jordânia advertiu nesta quinta-feira (5) que qualquer tentativa israelense de deslocar os palestinos através da fronteira seria considerada uma “declaração de guerra”, de acordo com reportagem da agência Anadolu.

Ayman Safadi, ministro de Relações Exteriores da Jordânia, fez seu alerta durante coletiva de imprensa ao lado de sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que visitou Amã como parte de sua viagem oficial à região.

Segundo Safadi, o reino hachemita está preparando um processo legal contra as invasões israelenses aos lugares sagrados de Jerusalém ocupada, sob custódia jordaniana. Safadi, no entanto, não detalhou a qual entidade a queixa será submetida.

O ministro instou a comunidade internacional a agir antes que a situação incorra em uma deflagração aberta na Cisjordânia e em toda a região.

“Israel está travando outra guerra”, disse Safadi em referência aos ataques na Cisjordânia desde a última semana, os maiores em 20 anos. “O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, está pressionando por uma explosão da crise a toda a região”.

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“As ações israelenses em campo estão matando todas as chances de alcançarmos uma paz justa”, argumentou Safadi. “Parar a agressão em Gaza e a escalada na Cisjordânia é o primeiro passo para impedir que a situação na região piore ainda mais”.

O chanceler ressaltou o apoio de seu país a um acordo de troca de prisioneiros, ao acusar Netanyahu de obstruir sua assinatura por meio de “mudanças de posição e abandono de seus compromissos”.

Sobre a possibilidade de a Jordânia exercer um papel na gestão de Gaza no pós-guerra, o ministro afirmou que tais abordagens “são puramente ligadas à questão de segurança” e que “não têm qualquer chance de sucesso”.

Neste sentido, Safadi enfatizou que Amã não mandará seus soldados a lugar algum para que “se tornem alvos em um conflito não resolvido”.

Desde 28 de agosto, a ofensiva israelense na Cisjordânia matou 39 palestinos e deslocou milhares de famílias, sob ordens de evacuação análogas a Gaza que sugerem esforços de anexação ilegal.

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Em Gaza, são ao menos 40.800 mortos, 94 mil feridos e dois milhões de desabrigados em 11 meses, sob extensa destruição da infraestrutura civil. Na Cisjordânia, são 691 mortos e 5.700 feridos, no mesmo período, além de dez mil detidos arbitrariamente.

Em 19 de julho, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, reconheceu a ilegalidade das décadas de ocupação israelense na Cisjordânia e em Jerusalém, ao pedir retirada imediata de tropas e colonos e reparação aos nativos.

Israel mantém ainda disparos ao Líbano, Síria e Iêmen, além de ameaças ao Irã, ao incitar receios de propagação da guerra em escala regional.

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