Adedeji Ebo, diretor adjunto da Alta-Representação das Nações Unidas para Assuntos de Desarmamento, manifestou apreensão sobre a falta de cooperação plena do regime sírio de Bashar al-Assad com a Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ).
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Segundo Ebo, a declaração apresentada por oficiais sírios sobre agentes químicos de uso militar permanece “imprecisa e incompleta”.
Ao Conselho de Segurança, Ebo confirmou nesta quinta-feira (5) que equipes periciais da OPAQ consultaram Damasco em maio, ao solicitar explicações sobre amostras coletadas de “dois sítios formalmente declarados que sugerem armas químicas”.
Os resultados indicaram “possíveis atividades não-declaradas ligadas a diversos agentes químicos de guerra”, com indícios de “ciclo completo, desde pesquisa e desenvolvimento até produção, testagem e armazenamento”.
“Embora a República Árabe da Síria tenha deferido algumas informações adicionais sobre esses resultados, o secretariado técnico da OPAC julgou que os dados são insuficientes”, comentou Ebo.
LEIA: Europa financia violações contra refugiados no Chipre e Líbano, alerta HRW
Conforme o oficial, o número de questões em aberto subiu de 24 a 26, com somente sete problemas solucionados até o momento.
Ebo destacou ainda que a Síria recusou as datas propostas pela OPAQ para 28ª rodada de consultas.
Ebo instou o Conselho de Segurança a “demonstrar união e liderança”, ao deixar claro que “a impunidade no uso de armas químicas não será tolerada”.
Sanções ou reprimendas, contudo, são improváveis, à medida que a Rússia mantém seu poder de veto em favor de Assad.
Damasco assinou a Convenção para a Proibição de Armas Químicas (CPAQ) em outubro de 2013, dois meses após um ataque do tipo contra o subúrbio de Ghouta, então tomado por opositores do regime. Centenas de pessoas foram mortas.
Em 2014, especialistas da ONU concluíram que o ataque a Ghouta envolveu uso de gás sarin, agente que afeta o sistema nervoso.
A Síria continua em guerra civil desde 2011, quando Assad reagiu com notável brutalidade a protestos populares por democracia. Apesar de anos de perdas, Assad recuperou parte considerável do país, graças à intervenção da Rússia e do Irã.
LEIA: Próspera e poderosa: Por dentro da comunidade síria na Venezuela