Dezenas de foguetes foram lançados do sul do Líbano em direção a Safed e arredores, na chamada Alta Galileia, no norte do território designado Israel, reportou a imprensa israelense no último sábado (7), segundo informações da agência Anadolu.
Conforme o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, um dos foguetes atingiu diretamente um prédio.
A rádio militar israelense notou que “aproximadamente 40 foguetes foram lançados do sul do Líbano em direção à Alta Galileia”, contudo, sem detalhes.
O exército de Israel confirmou que dois soldados foram feridos, um deles em condição crítica, após um foguete libanês atingir Misgav Am, na Alta Galileia. Segundo a nota, 55 foguetes foram lançados do Líbano; alguns atingiram áreas abertas, sem baixas.
No entanto, como resultado dos disparos, diversos incêndios eclodiram na área.
O Yedioth Ahronoth reportou “bombeiros combatendo ao menos dez focos”, em toda a região norte, incluindo os colonatos (kibutzim) de Mishmar HaYarden, Ayelet HaShahar e Mahanaim.
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O jornal notou ainda blecautes em partes da cidade de Safed e arredores.
No sábado (8), o jornal Israel Hayom registrou estado de alerta máximo no front norte, após um ataque israelense de larga escala contra Nabatieh, no sul do Líbano. Conforme o Ministério da Saúde libanês, dez pessoas morreram em Wadi al-Kfour.
No domingo (9), Israel ampliou o escopo da escalada ao atacar a região de Masiaf, na província de Hama, na Síria, deixando ao menos 16 mortos e dezenas de feridos, todos civis, segundo fontes médicas locais.
O ciclo de violência coincide com uma escalada regional, diante de expectativas de que Teerã responda ao assassinato do líder político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em sua capital, no fim de julho.
Na semana passada, Mohsen Chizari, comandante da Guarda Revolucionária, disse que a resposta iraniana ocorrerá “no momento devido”.
O Irã é um dos principais aliados do presidente sírio Bashar al-Assad e mantém diversas organizações afiliadas por todo o Oriente Médio, incluindo o influente grupo Hezbollah no Líbano.
Em abril, o Irã lançou um ataque direto, inédito, contra Israel, com centenas de mísseis e drones, após jatos israelenses bombardearem o consulado da República Islâmica em Damasco. Segundo informações, a bateria serviu como alerta.
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Israel e Hezbollah trocam disparos na linha de fronteira libanesa desde outubro último, no contexto do genocídio israelense em Gaza, com 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em 25 de agosto, o Hezbollah realizou seus próprios disparos retaliatórios contra sítios israelenses, após a morte de um de seus comandantes em Beirute. Israel alegou conter a ação com um “ataque preventivo”, embora o grupo reivindique danos a um centro de inteligência militar perto de Tel Aviv.
Israel mantém seus ataques indiscriminados a Gaza há quase um ano, junto a disparos em diversos fronts, como Líbano, Síria e Iêmen.
Organizações internacionais alertam que um cessar-fogo em Gaza é a única maneira de evitar uma deflagração em âmbito regional. O governo israelense, no entanto, mantém empecilhos ao somar condições a um acordo.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, por seus bombardeios em Gaza, que devastaram o território, sob denúncia da África do Sul, deferida em 26 de janeiro.