O brigadeiro Fazlollah Nozari, figura de destaque da Guarda Revolucionária do Irã e vice-comandante da Base Central de Khatam al-Anbia, negou alegações na imprensa de que o país esteja enviando mísseis à Rússia no contexto da invasão da Ucrânia.
As redes americanas CNN e Wall Street Journal reportaram os rumores na última semana, ao citar fontes não-identificadas. Conforme os relatos, o Irã — maior aliado de Moscou na região — estaria transferindo mísseis balísticos de curto alcance à Rússia.
Segundo Nozari: “Nenhum míssil foi enviado à Rússia e essa alegação se trata de um tipo de guerrilha psicológica. Teerã não apoia nenhuma das partes no conflito entre Ucrânia e Rússia”.
O Kremlin, no entanto, disse que o Irã é seu parceiro regional e que ambos desenvolvem o diálogo “em todas as áreas”.
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Na última semana, a Ucrânia proferiu as acusações ao alegar que a cooperação militar de Teerã e Moscou seriam uma ameaça à Europa e ao Oriente Médio, ao instar a comunidade internacional a aumentar pressão sobre as partes.
Na sexta-feira (6), os Estados Unidos afirmaram que uma transferência de mísseis do Irã à Rússia representaria “uma grave escalada na guerra”.
Irã e Rússia de fato se aproximaram desde a invasão desta ao país vizinho, em fevereiro de 2022. O Irã exporta drones Shahed ao exército russo, mas nega cooperação além de laços de mercado, isto é, em âmbito operacional.
Ambos, contudo, mantêm colaboração intensiva na guerra civil na Síria, seja direta ou por meio de núcleos militares, em apoio ao presidente Bashar al-Assad.
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