Mísseis israelenses mataram ao menos 16 pessoas e feriram outras 36 na região central da Síria, informou a agência estatal Sana.
Os ataques, conduzidos na noite de domingo (8), deflagraram um incêndio e causaram danos materiais nos arredores da cidade de Masyaf, na província de Hama.
“Em torno das 23h20 de domingo, forças israelenses lançaram uma agressão por ar da direção do noroeste do Líbano, atingindo sítios militares na região central”, confirmou uma fonte do exército à agência Sana.
“Nossos sistemas de defesa aérea defrontaram o ataque e abateram parte dos mísseis”, acrescentou a fonte, sem conceder detalhes.
O exército israelense, como de costume, não comentou suas operações na Síria.
Duas fontes de inteligência da região alegaram que um centro de pesquisa militar para produção de armas químicas foi atingido. Segundo a agência Reuters, rumores indicam presença de cientistas militares iranianos, envolvidos nas atividades do local.
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Um oficial de saúde notou até 43 feridos, incluindo em estado crítico.
Apesar dos rumores disseminados na mídia internacional, o diretor do hospital público de Masyaf destacou que as baixas eram civis.
Jatos militares de Israel costumam lançar ataques à Síria a partir do Líbano, no objetivo de contornar áreas com presença de forças regionais e internacionais, incluindo Rússia e Estados Unidos.
Ao longo dos 13 anos de guerra civil na Síria, Israel manteve bombardeios regulares ao país, sobretudo contra alvos ligados ao Irã.
Os ataques de domingo coincidem com uma escalada sem precedentes nas tensões na região, diante da expectativa de que Teerã responda ao assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, em sua capital, no fim de julho.
Na semana passada, Mohsen Chizari, comandante da Guarda Revolucionária, disse que a resposta iraniana ocorrerá “no momento devido”.
O Irã é um dos principais aliados do presidente sírio Bashar al-Assad e mantém diversas organizações afiliadas por todo o Oriente Médio, incluindo o influente grupo Hezbollah no Líbano.
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Em abril, o Irã lançou um ataque direto, inédito, contra Israel, com centenas de mísseis e drones, após jatos israelenses bombardearem o consulado da República Islâmica em Damasco. Segundo informações, a bateria serviu como alerta.
Israel e Hezbollah trocam disparos na linha de fronteira libanesa desde outubro último, no contexto do genocídio israelense em Gaza, com 40 mil mortos, 90 mil feridos e dois milhões de desabrigados.
Em 25 de agosto, o Hezbollah realizou seus próprios disparos retaliatórios contra sítios israelenses, após a morte de um de seus comandantes em Beirute. Israel alegou conter a ação com um “ataque preventivo”, embora o grupo reivindique danos a um centro de inteligência militar perto de Tel Aviv.
Israel mantém seus ataques indiscriminados a Gaza há quase um ano, junto a disparos em diversos fronts, como Líbano, Síria e Iêmen.
Organizações internacionais alertam que um cessar-fogo em Gaza é a única maneira de evitar uma deflagração em âmbito regional. O governo israelense, no entanto, mantém empecilhos ao somar condições a um acordo.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, por seus bombardeios em Gaza, que devastaram o território, sob denúncia da África do Sul, deferida em 26 de janeiro.