Benny Gantz, ex-membro do gabinete de guerra de Israel e chefe do bloco de oposição Campo Nacional, reivindicou uma guerra com o Líbano caso não se alcance um acordo de troca de prisioneiros com o grupo Hamas.
Durante uma conferência em Washington, intitulada Diálogo América—Oriente Médio (MEAD), na noite de domingo (8), comentou Gantz: “O tempo chegou para o norte. Já tardamos e creio que devemos implementar um acordo para reaver os reféns, mesmo que venha com um preço doloroso. Porém, caso não cheguemos a esse acordo dentro de dias ou poucas semanas, devemos assumir uma escalada no norte e garantir que os residentes voltem para a casa”.
“Podemos alcançar esse objetivo”, acrescentou, “mesmo que requeira atacar o próprio Estado do Líbano e não vejo outra maneira, infelizmente”.
Sobre Gaza, afirmou o ex-chefe do Estado-maior israelense: “As operações militares em Gaza levarão outra década, para assegurar que o Hamas não retome sua força”.
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Segundo Gantz, embora o Hezbollah seja uma ameaça a Israel, é preciso ter em mente que “a raiz do problema é o Irã”.
“Devemos continuar a pressionar o Irã, não apenas militarmente, mas também política e economicamente, e com tremenda força, e essa é uma missão global”, reiterou.
Gantz é um ex-militar considerado centrista dentro do espectro político israelense, que concorreu em sucessivas eleições contra o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e é favorita em caso de novo pleito.
Enquanto chefe do exército, Gantz comandou a ofensiva a Gaza entre julho e agosto de 2014, que deixou ao menos dois mil mortos. Na época, Gantz prometeu “devolver Gaza à Idade da Pedra”.
Segundo jornais israelenses, o embaixador saudita em Washington, Rima Bint Bandar Bin Sultan Al Saud, compareceu ao evento em que discursou Gantz.
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