clear

Criando novas perspectivas desde 2019

ONU alerta sobre a interferência de oficiais de Israel na investigação de violência sexual contra detentos palestinos

10 de setembro de 2024, às 12h10

Pramila Patten, Representante Especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, em 30 de outubro de 2019 [EuropaNewswire/Gado/Getty Images]

A Representante Especial da ONU para Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, expressou na segunda-feira sua preocupação com as tentativas de atores políticos israelenses de interferir nas investigações sobre denúncias de violência sexual contra detentos palestinos, informa a Agência Anadolu.

“Estou particularmente preocupada com as recentes tentativas de alguns agentes políticos israelenses de interferir nos processos judiciais em andamento e/ou de justificar o uso desses métodos. A violência sexual e a tortura sexualizada em ambientes de detenção nunca devem ser normalizadas”, disse Patten em uma declaração após o aumento de relatos de violência sexual contra prisioneiros palestinos.

Ela alertou que “a impunidade encoraja os perpetradores, silencia as vítimas e prejudica as perspectivas de paz”, e pediu responsabilidade e justiça para os crimes.

Citando o relatório recentemente publicado pela ONU, Patten disse: “A violência sexual e a tortura sexualizada, de qualquer forma e em qualquer contexto, e particularmente em ambientes de detenção, são inaceitáveis”.

LEIA: Jornalista israelense pede estupro como política oficial contra presos palestinos

“Esses atos abomináveis não apenas constituem uma grave violação dos direitos humanos e da dignidade humana, mas também prejudicam os esforços em prol da paz e da estabilidade na região”, acrescentou.

Enfatizando a necessidade de apoio imediato às vítimas, incluindo assistência médica e psicológica, a autoridade da ONU expressou preocupação com o baixo número de investigações em comparação com o volume de reclamações recebidas.

A guerra contínua de Israel na Faixa de Gaza já matou cerca de 41.100 palestinos, a maioria mulheres e crianças, e feriu cerca de 94.800 outros, de acordo com as autoridades de saúde locais.

Um bloqueio contínuo do enclave levou a uma grave escassez de alimentos, água potável e medicamentos, deixando grande parte da região em ruínas.

Israel enfrenta acusações de genocídio por suas ações em Gaza na Corte Internacional de Justiça.

ASSISTA: Rabino israelense abençoa soldado denunciado por estuprar palestinos de Gaza