Centenas de civis sírios foram detidos pelo regime de Bashar Al-Assad no início deste mês enquanto retornavam a Damasco de áreas controladas pela oposição, sinalizando que prossegue a política de longa data de sequestro e desaparecimento de civis em todo o país.
De acordo com a agência de notícias Al-Araby Al-Jadeed, que citou ativistas sírios e grupos locais on-line, as forças de segurança sírias prenderam cerca de 200 sírios – a maioria dos quais eram mulheres e crianças – no posto de controle da Ponte Bagdá, perto da área de Al-Qatifah, na zona rural do norte de Damasco, em 3 de setembro.
O grupo de civis, que estava voltando de uma visita a seus parentes deslocados em territórios controlados pelos rebeldes no norte da Síria, foi então transferido para a Seção Al-Khatib da diretoria geral de inteligência do regime.
Após o sequestro, Badr Jamous, chefe do Comitê de Negociação da oposição síria, solicitou ao enviado especial das Nações Unidas para a Síria, Geir Pedersen, que interviesse imediatamente e averiguasse o paradeiro e o destino dos detentos.
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Na carta enviada a Pedersen na última quinta-feira, Jamous exigiu que a ONU e seu enviado especial pressionassem o presidente sírio Bashar Al-Assad e seu regime para que libertassem os civis sírios detidos, destacando que o sequestro era mais uma “prova de que a Síria não é segura para seu povo, tendo em vista a presença do regime em Damasco”.
Acrescentando que o regime de Assad e seus serviços de segurança estão dividindo ainda mais a Síria e punindo os sírios por se comunicarem entre si através dos territórios, Jamous afirmou que suas ações apenas confirmam que eles não querem o retorno dos sírios às áreas controladas pelo regime.