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Estudo da OMS revela impactos graves e duradouros nos feridos de guerra em Gaza

12 de setembro de 2024, às 15h15

Wafaa Hamad, uma menina que perdeu todos os membros de sua família no ataque do exército israelense à sua casa, luta para sobreviver no Hospital Kemal Adwan na Cidade de Gaza. Wafaa, que perdeu a perna direita e a visão no ataque israelense, sofreu queimaduras e ferimentos no rosto e na maior parte do corpo, está sendo tratada com instalações limitadas. [Khalil Ramzi Alkhalut/Agência Anadolu]

Em levantamento divulgado nesta quinta-feira, a Organização Mundial da Saúde, OMS, relatou os impactos de longo prazo dos ferimentos causados pela guerra em Gaza. A agência estima que pelo 22,5 mil do total de feridos no enclave até 23 de julho tenham lesões que terão impactos duradouros.

Esses casos exigirão serviços de reabilitação de imediato e nos próximos anos. Com base em dados coletados por equipes médicas de emergência, a análise concluiu que lesões graves nos membros, estimadas entre 13,4 mil e 17,5 mil, são a principal causa da necessidade de reabilitação.

Amputações, lesões cerebrais e queimaduras

Muitos dos feridos apresentam mais de uma lesão. Segundo o relatório, também ocorreram entre 3.105 e 4.050 amputações de membros.

O estudo menciona ainda um alto número de lesões na medula espinhal, lesões cerebrais traumáticas e queimaduras graves, que afetam inclusive milhares de mulheres e crianças.

O representante da OMS nos Territórios Palestinos Ocupados, Richard Peeperkorn,  disse que “o enorme aumento nas necessidades de reabilitação ocorre paralelamente à destruição contínua do sistema de saúde”.

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Atualmente, apenas 17 dos 36 hospitais permanecem parcialmente funcionais em Gaza. Os cuidados de saúde primários e os serviços a nível comunitário são frequentemente suspensos ou tornados inacessíveis devido à insegurança, ataques e repetidas ordens de evacuação.

Publicado originalmente em ONU News