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Líbano se prepara para potenciais ataques de Israel; coloca 150 hospitais em alerta máximo

A fumaça sobe após um ataque aéreo israelense atingir a cidade de Zibqin no sul do Líbano em 25 de agosto de 2024. [Kwonat Hajo/ Agência Anadolu]

O Ministro da Saúde libanês, Firas Al-Abiad, anunciou que o Líbano colocou 150 hospitais em alerta máximo, preparando-os para emergências em resposta a potenciais ataques israelenses em larga escala, relata a Agência Anadolu.

Os preparativos vêm na esteira dos ataques israelenses em andamento desde 8 de outubro de 2023, que já impactaram o setor de saúde do Líbano.

Em uma entrevista com a Anadolu, Al-Abiad discutiu os efeitos dos ataques contínuos de Israel ao sistema de saúde do país e descreveu os esforços do Ministério para se preparar para um potencial conflito mais amplo.

Resposta imediata e preparativos

Al-Abiad enfatizou que, desde o primeiro dia dos ataques, o governo libanês não queria guerra. “O povo libanês, desde o primeiro dia do ataque israelense, expressou seu desejo de paz e pediu um cessar-fogo imediato de Gaza ao Líbano”, disse ele, expressando pesar pela expansão contínua de ataques de Israel em solo libanês.

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O Ministério da Saúde, de acordo com Al-Abiad, ativou imediatamente seu centro de emergência de saúde.

“Garantimos que os hospitais estivessem equipados para lidar com um grande fluxo de vítimas, o que incluía suporte logístico e treinamento de pessoal de saúde”, explicou.

O Ministro destacou que o treinamento também abordou como tratar pacientes feridos por armas específicas, como fósforo branco, que é considerado ilegal pela lei internacional.

Al-Abiad também mencionou que mais de 100.000 cidadãos libaneses foram evacuados de regiões de fronteira para outras partes do país. Abrigos foram estabelecidos para acomodá-los, com a maioria dos preparativos financiados pelo estado libanês; no entanto, parceiros internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNICEF também contribuíram.

150 hospitais preparados para emergências

Em antecipação a uma possível ofensiva israelense extensa, Al-Abiad declarou que o plano do Ministério incluía reativar algumas instituições de saúde que estavam menos operacionais desde a “Guerra de Julho” de 2006 entre Israel e o Hezbollah, incluindo o Hospital Turco, que foi doado pela Turkiye.

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“Em resposta às ameaças de Israel, preparamos 150 hospitais para emergências, com foco especial naqueles nas regiões mais vulneráveis. Depois de testemunhar os eventos em Gaza, estamos comprometidos em garantir que todos os hospitais sejam adequadamente treinados. Israel é um inimigo imprevisível, e devemos estar preparados para ataques em qualquer região”, afirmou Al-Abiad.

Refletindo sobre o impacto de quase um ano de conflito armado entre Israel e o Hezbollah no sistema de saúde do Líbano, Al-Abiad forneceu estatísticas alarmantes.

“Israel bombardeou mais de 15 centros de saúde no sul do Líbano. Quatro desses centros foram completamente destruídos. Além disso, mais de 30 ambulâncias e caminhões de bombeiros foram danificados. Nesses ataques, 27 profissionais de saúde perderam a vida e 94 ficaram feridos.”

Al-Abiad acusou Israel de usar bombas de fósforo branco em violação ao direito internacional, causando ferimentos graves. “Aproximadamente 250 libaneses foram feridos por bombas de fósforo branco usadas em ataques israelenses”, ele afirmou. O Ministro mencionou que centros especializados foram estabelecidos em hospitais em Beirute, Sidon e particularmente no Hospital Estadual Nabatieh no sul do Líbano para tratar queimaduras de fósforo.

Ele também observou que os profissionais de saúde receberam treinamento especial para tratar efetivamente ferimentos causados ​​por fósforo branco.

Em um relatório publicado em 22 de agosto, o Ministério da Saúde libanês declarou que os ataques israelenses desde 8 de outubro resultaram na morte de 564 pessoas, incluindo 436 membros do Hezbollah, e deixaram 1.848 feridos. Além disso, mais de 110.000 pessoas foram deslocadas devido ao conflito.

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