A moeda israelense, ou shekel, bateu recordes negativos contra o dólar americano nesta terça-feira (17), após atentados atribuídos a Israel ferirem dezenas no Líbano, fomentando tensões regionais, reportou a agência Anadolu.
O shekel israelense encerrou o dia, às 2h20 GMT, no valor de US$3.80, queda substancial para apenas 24 horas, de US$3.73 antes do incidente.
Segundo o Banco de Israel, é a pior taxa de câmbio desde agosto, à medida que a moeda oscila há um ano devido à crise em Gaza e às tensões regionais que atingem Líbano, Síria, Iraque, Iêmen e Irã.
Nesta terça, aparelhos de comunicação móvel, conhecidos como pagers, explodiram em Beirute e outras áreas no Líbano, causando ferimentos segundo a imprensa local.
Segundo a agência estatal de notícias, embora sem detalhes, os atentados equivaleram a um “incidente de segurança sem precedentes”.
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Algumas redes de imprensa especularam que as detonações resultaram de uma invasão israelenses nos sistemas de comunicação.
Israel não reivindicou responsabilidade até então, apesar de declarações neste sentido de lideranças coloniais.
Após as explosões, o Ministério da Saúde do Líbano instou os cidadãos a descartar todos os pagers por questões de segurança. A Cruz Vermelha local mobilizou 50 ambulâncias e 300 técnicos de emergência para evacuar as áreas afetadas pelo incidente.
O shekel continua a flutuar desde a abertura do mercado de segunda, à medida que Israel adicionou o restabelecimento da segurança no front norte como objetivo de guerra.
A queda da moeda se soma a recordes de pobreza e medidas de austeridade, no contexto de guerra, e uma tendência de recessão econômica e crise política no Estado israelense, mobilizando protestos de massa contra o governo, em escala quase semanal.
Israel mantém ataques indiscriminados à população civil de Gaza desde outubro de 2023, com mais de 41.200 mortos, 95.500 feridos e dois milhões de desabrigados, em desacato a medidas cautelares de Haia por desescalada, assim como uma resolução do Conselho de Segurança por um cessar-fogo.
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Há receios de propagação da guerra em âmbito regional, assim como temores de que as violações em Gaza se repitam em solo libanês.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e lesa-humanidade.