O senador Bernie Sanders, representante do estado de Virgínia no legislativo dos Estados Unidos, reiterou nesta quarta-feira (18) que pretende apresentar um novo projeto de lei na próxima semana para bloquear a venda de “armas de ataque” a Israel.
“Fornecer mais armas de ataque para dar seguimento a essa guerra desastrosa seria uma violação de nossa lei doméstica e da lei internacional”, declarou Sanders, independente, no plenário do Capitólio.
A legislação, conhecida como Resoluções Conjuntas de Desaprovação (JRD, em inglês), é o único mecanismo disponível ao Congresso para impedir a venda de armas a países que infringem a lei e os direitos humanos, defendeu Sanders.
Segundo o senador, as vendas são como um prêmio ao que caracterizou como o “governo extremista” do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
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Sanders indicou a demanda pelo bloqueio, ao apontar que Netanyahu insiste em “causar destruição massiva na Faixa de Gaza, sabotar os prospectos de um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns e avançar na anexação ilegal da Cisjordânia”.
Ao instar seus colegas a “salvar vidas”, em respeito à lei, declarou Sanders: “Devemos dar fim a nossa cumplicidade com a campanha militar ilegal e indiscriminada de Israel, que causou sofrimento e mortes em massa aos civis”.
Sanders denunciou o governo do presidente Joe Biden por aprovar diversas licenças para exportação de armas a Israel em agosto, estimadas em US$20 bilhões, incluindo diversos sistemas diretamente ligados a milhares de mortes em Gaza.
Sanders reiterou que a venda de armas equivale a violação do critério estabelecido pelos Atos de Assistência Estrangeira de 1961 e de Controle de Exportação de Armas (AECA), de 1976.
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“Lamentavelmente — e ilegalmente — a maioria da carnificina em Gaza se realiza com os equipamentos militares fornecidos pelos Estados Unidos”, acrescentou.
Israel mantém ataques a Gaza desde outubro, deixando ao menos 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses desacatam medidas cautelares do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) e uma resolução por cessar-fogo do Conselho de Segurança. Israel é também réu por genocídio na corte em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
O apoio de Washington o põe como cúmplice nos crimes de guerra e lesa-humanidade — incluindo cerco militar que impede o acesso a água, comida e medicamentos.
Entre as fatalidades no enclave palestino, sobretudo em sucessivos massacres a escolas e abrigos, ao menos 16.400 são crianças.