Embaixada afegã reabre em Omã, ao ampliar legitimidade do regime Talibã

O Afeganistão, sob gestão do grupo Talibã, reabriu sua embaixada em Mascate, capital de Omã, confirmou Zia Ahmad Takal, vice-porta-voz do Ministério de Relações Exteriores em Cabul. Autoridades omanis ainda não comentaram a matéria.

A medida compreende avanço na presença diplomática do Talibã na região do Golfo, após os Emirados Árabes Unidos aceitarem um embaixador afegão em seu país em agosto.

Segundo Takal, a embaixada retomou atividades no domingo (15).

“Os trabalhos de nossa embaixada estão sendo conduzidos normalmente por diplomatas do Ministério de Relações Exteriores do Emirado Islâmico do Afeganistão”, declarou Takal.

“A retomada das atividades, em cooperação com o país anfitrião, representarão um papel construtivo em fortalecer os laços políticos, econômicos, sociais e religiosos entre Cabul e Mascate”, acrescentou.

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A medida coincide com avanços do Talibã em obter legitimidade internacional ao reabrir embaixadas sob sua gestão, apesar de muitos Estados ainda hesitarem em reconhecer a legitimidade do governo.

O Talibã retomou atividades de 39 missões diplomáticas em todo o mundo. Ainda assim, as embaixadas em Londres e Oslo fecharam as portas recentemente.

Segundo o analista político Salim Paigir: “Omã é um país próximo ao Ocidente, que pode exercer um papel crucial em melhorar laços entre o Emirado Islâmico do Afeganistão e as nações ocidentais, sobretudo os Estados Unidos”.

Embora potências influentes, como China, Irã e Rússia, não tenham reconhecido a gestão talibã até o momento, de fato se aproximaram de seu governo.

Em agosto, o primeiro-ministro do Uzbequistão, Abdulla Nigmatovich Aripov, visitou Cabul como parte da delegação internacional de maior destaque a se reunir com o Talibã desde seu retorno ao poder em 2021.

O reconhecimento internacional prevalece como questão crítica, de modo que a carência de status oficial prejudica a economia afegã. Muitos países citam apreensões de direitos humanos, sobretudo direitos das mulheres, como barreira diplomática.

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