O presidente da Finlândia, Alexander Stubb, defendeu sua decisão de importar armas de Israel apesar do genocídio em Gaza, ao alegar, no entanto, que a medida não tem relação com a procrastinação de Helsinque em reconhecer o Estado palestino.
As informações são da agência de notícias Reuters.
A Finlândia está adquirindo o sistema de defesa Estilingue de Davi, composto por mísseis de alta altitude instalados no solo. Helsinque justifica a compra sob supostas apreensões de uma eventual invasão russa após a Ucrânia.
Stubb, que assumiu o cargo no mês de março, definiu a nova política externa da Finlândia como “realismo baseado em valores [sic]”, a fim de “conquistar coisas conforme o mundo é, em vez de promover apenas o que sonhamos ver”.
Em entrevista à Reuters nesta terça-feira (17), Stubb insistiu que não é hora de reconhecer o Estado palestino, ao se consolidar na contramão de seus vizinhos escandinavos Suécia, Islândia e, mais recentemente, Noruega.
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“No caso de Israel e Palestina, o realismo baseado em valores [sic] é prevalente na forma como pensamos”, observou o presidente. “Sobre o reconhecimento palestino, queremos isso, não se, mas quando, porém, que favoreça a solução de dois Estados”.
Em agosto, Stubb afirmou a diplomatas finlandeses que o reconhecimento seria “questão de tempo” em um “momento estratégico para promover a paz”.
Suas declarações ignoram que Israel rejeita negociações há anos, incluindo as conversas medidas por Estados Unidos, Egito e Catar para um cessar-fogo em Gaza.
Stubb, contudo, ressaltou que o não-reconhecimento do direito de autodeterminação do povo palestino “não tem nada a ver” com o acordo de armas com o Estado israelense, sob denúncias de genocídio e apartheid.
O posicionamento do presidente liberal vai na contramão dos apelos por um embargo de armas contra Israel, sobretudo testadas em Gaza e na Cisjordânia.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em 26 de janeiro. Países que mantém laços comerciais e militares com o regime colonial arriscam cumplicidade nos crimes de guerra e lesa-humanidade.
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