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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Itamaraty saúda Resolução da ONU pelo fim da ocupação de Israel

Riyad Mansour, embaixador da Palestina nas Nações Unidas, discursa durante votação na Assembleia Geral pelo fim da ocupação israelense, em Nova York, Estados Unidos, em 18 de setembro de 2024 [Selçuk Acar/Agência Anadolu]

O Ministério de Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty), em comunicado divulgado nesta quarta-feira (18), saudou a aprovação por maioria ampla de uma resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas pelo fim da ocupação israelense nos territórios palestinos com prazo de 12 meses.

O Itamaraty destacou que a medida segue a opinião consultiva do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, que admitiu, em 19 de julho, a ilegalidade da ocupação na Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, ao pedir retirada imediata dos colonos e soldados e reparações aos palestinos nativos.

A resolução foi aprovada em plenário com maioria absoluta dos países-membros — mais de dois terços —, com 124 votos a favor, 14 contra e 43 abstenções.

“A resolução contou com copatrocínio e voto favorável do Brasil”, destacou a chancelaria. “Trata-se do primeiro projeto de resolução apresentado na ONU pela Palestina, que tem o status de Estado observador não-membro, com prerrogativas adicionais conferidas pela Assembleia Geral em maio deste ano”.

A pasta reafirmou que, em julho, a corte em Haia “concluiu que as políticas e práticas de Israel em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia equivalem à anexação de amplas parcelas do território palestino e constituem violação a suas obrigações de prevenir e combater a discriminação racial e o apartheid”.

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“A resolução também determina que Israel ponha fim à sua presença ilícita nos territórios ocupados, em prazo de até 12 meses; cesse todas as violações ao direito internacional e direito internacional humanitário; [e] repare os danos causados aos palestinos”, reiterou o ministério. “Também conclama os Estados e a ONU a não reconhecerem como lícitas as consequências da ocupação israelense”.

Para o Itamaraty do ministro Mauro Vieira, “esse é mais um passo na direção de garantir o direito dos palestinos à autodeterminação com base na solução de dois Estados, com um Estado palestino independente e viável, convivendo com Israel em paz e segurança”.

A chancelaria notou ainda o reconhecimento brasileiro do Estado da Palestina — “dentro das fronteiras de 1967 [com] Jerusalém Oriental como capital” — desde 2010 e enfatizou seu apoio ao “pleito da Palestina de tornar-se Estado-membro da ONU”.

O comunicado, no entanto, ignorou termos da resolução que pedem sanções e ruptura de relações com instituições e negócios ligados à ocupação militar e ao apartheid.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro último, deixando ao menos 41 mil mortos, 95 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Na Cisjordânia e Jerusalém, violações e pogroms deixaram 700 mortos, 3.700 feridos e dez mil presos arbitrariamente, em meio a uma campanha que dobrou a população carcerária palestina.

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Em janeiro, em processo paralelo, o TIJ deferiu a denúncia sul-africana contra o genocídio de Israel em Gaza, ao levar o Estado de apartheid ao banco dos réus.

O governo brasileiro de Luiz Inácio Lula da Silva apoia o processo em Haia e reconhece o genocídio. Contudo, apesar dos apelos da sociedade civil e de ser declarado persona non grata pelo regime em Tel Aviv, Lula ainda posterga a ruptura de relações.

A resolução é, por ora, não vinculativa, à espera de deliberação dentre os 15 membros do Conselho de Segurança, onde deve sofrer veto dos Estados Unidos. No entanto, a votação expressiva se soma à crise de diplomacia e relações públicas sem precedentes vivida por Israel e solidifica a posição da Palestina no plenário da ONU.

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