Em somente quatro dias, o Líbano sofreu três atentados terroristas sem precedentes, que deixaram ao menos 49 mortos e 2.997 feridos, segundo informações da agência Anadolu da noite desta sexta-feira (20).
Na terça e quarta-feira — 17 e 18 de setembro — uma série de explosões em aparelhos de comunicação sem fio, como pagers e walkie-talkies, supostamente usados por membros do Hezbollah criou pânico no país.
Tanto o governo libanês quanto o influente grupo Hezbollah culparam Israel.
Na sexta-feira, Israel recorreu a ataques aéreos convencionais contra um subúrbio no sul de Beirute, ao danificar prédios e matar outras dezenas.
Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, prometeu devolver as ações israelenses no Líbano como um “verdadeiro inferno”.
17 de setembro — Pagers explodem
Na terça-feira, milhares de aparelhos de comunicação móvel, conhecidos como pagers, explodiram simultaneamente em todo o Líbano, ao apontar uma ação coordenada cujos alvos seriam militantes do Hezbollah.
Ao menos 12 pessoas morreram em um primeiro momento — incluindo duas crianças —, segundo o Ministério da Saúde libanês, além de 2.323 feridos. Vídeos registraram feridos chegando aos hospitais com traumas abertos na região da cintura, além de amputações e outras lesões graves.
Diversas redes de imprensa indicaram que as detonações se deram a partir de explosivos implantados dentro dos aparelhos, por companhias estrangeiras que variam de Taiwan a Hungria, com aparente relação com o Mossad israelense.
18 de setembro — Walkie-talkies explodem
No dia seguinte, na quarta-feira, milhares de walkie-talkies da marca Icom explodiram de maneira similar, simultaneamente e por todo o país.
Desta vez, foram 25 mortos e 608 feridos, segundo o Ministério da Saúde.
A causa das explosões ecoa a detonação dos pagers, com explosivos também plantados nos walkie-talkies, com destino a membros do Hezbollah.
Autoridades de segurança libanesa disseram investigar ambos os incidentes.
20 de setembro — Ataque aéreo em Beirute
Na sexta-feira, ataques aéreos israelenses mataram ao menos 37 pessoas e feriram 66 no subúrbio sul da cidade de Beirute, capital do Líbano. Segundo o Ministério da Saúde, oito das vítimas estão em estado grave.
Desta vez, o exército israelense reivindicou o ataque, ao declarar ter assassinado Ibrahim Aqil, comandante militar do Hezbollah. O movimento não confirmou a morte.
Os três ataques letais — denunciados como terrorismo — coincidem com uma escalada de Israel no sentido de transformar seu genocídio em Gaza em uma deflagração regional que envolva o Irã.
Em Gaza, após quase um ano, a campanha israelense deixou ao menos 41.300 mortos e 95.500 feridos, além de dois milhões de desabrigados. Dentre as fatalidades, 16.400 são crianças.
Israel é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
Há receios de que Israel repita suas violações em Gaza em solo libanês.
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