Israel ataca o sul do Líbano e Vale do Bekaa, Hezbollah responde

O exército de Israel conduziu neste sábado (21) uma série de ataques aéreos contra o sul do Líbano, incluindo a região do Vale do Bekaa, confirmou um correspondente da agência de notícias Anadolu.

Sirenes também foram ativadas no colonato de Kiryat Shmona e outros assentamentos na Alta Galileia, reportou a rádio militar israelense, após 25 foguetes serem lançados de solo libanês ao norte do território designado Israel. Apesar dos incêndios, não há confirmação de baixas.

Sirenes ecoaram em Safed e no extremo da Galileia, sinalizando hostilidades.

A emissora de televisão israelense Canal 12 reportou que o exército colonial lançou uma bateria de ataques na região do rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira, bastante adentro do território libanês.

Em resposta, grupos libaneses lançaram 45 foguetes a diversos assentamentos de Israel, na Palestina histórica, em um período inferior a uma hora.

Segundo relatos, um foguete disparado do Líbano atingiu a área de Birya, na Alta Galileia, levando o exército israelense a fechar estradas no norte das Colinas de Golã, território da Síria ocupado ilegalmente desde 1967.

O grupo libanês Hezbollah anunciou disparar foguetes contra alvos militares da ocupação israelense: “Atingimos o centro do 631º Batalhão de Reconhecimento, parte das Brigadas Golani, na base de Ramot Naftali, com foguetes Katyusha”.

LEIA: Em quatro dias, Líbano sofre três atentados mortais, atribuídos a Israel

De acordo com o Hezbollah, também foi “diretamente atingida a base de Jal al-Alam, com projéteis de artilharia”, considerada um centro de espionagem.

Um terceiro disparo alvejou “a principal base de defesa área do Comando Norte, na base de Birya, com uma bateria de foguetes Katyusha”. Em outro incidente, o Hezbollah atacou a base de Zar’it — “atingida diretamente com foguetes”.

Segundo o jornal em hebraico Yedioth Ahronoth, jatos combatentes de Israel mantiveram sua campanha no sul do Líbano, com mais de cem bombardeios.

No Twitter (X), o exército da ocupação corroborou a campanha: “Estamos, neste instante, atacando posições do Hezbollah no Líbano”.

Segundo a imprensa estatal libanesa, “o inimigo israelense conduziu dezenas de ataques aéreos em torno das cidades e aldeias de Sarira, Qatraneh, Shbail, Mahmoudiya e Monte Rayhan, no distrito de Jezzine”.

Jatos israelenses também atacaram a área de Ain al-Zarqa, perto de Tiro, além da periferia de Marwahin, no distrito de Bint Jbeil.

Tensões entre Israel e Hezbollah escalaram nos últimos dias após atentados terroristas — atribuídos ao Mossad — atingirem o Líbano, com a explosão de aparelhos como pagers e walkie-talkies, além de um bombardeio ao sul de Beirute nesta sexta-feira (20).

LEIA: Baterias dos walkie-talkies no Líbano continham explosivos PETN, diz fonte libanesa

Estima-se dezenas de mortos e milhares de feridos até então — muitos em estado grave.

Israel e Hezbollah trocam disparos na fronteira desde outubro passado, quando o exército israelense deflagrou seu genocídio em Gaza, deixando 41.400 mortos e 95.500 feridos em pouco menos de um ano, além de dois milhões de desabrigados.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

Israel mantém ataques não apenas contra a Palestina e o Líbano, mas zonas de influência do Irã, como Síria e Iêmen, ao sugerir dolo de disseminar a guerra a toda região. Analistas apontam que somente um cessar-fogo em Gaza pode impedir a deflagração.

Há receios ainda de que as violações israelenses em Gaza se repitam no Líbano, em meio a uma eventual invasão por terra.

Sair da versão mobile