O número de mortos pelo ataque aéreo israelense ao sul de Beirute, capital do Líbano, na sexta-feira (20), subiu a 45 vítimas, reportou neste domingo (22) o Ministério da Saúde do país levantino, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
Em nota, o ministério confirmou que trabalhos de resgate, coordenados com as agências relevantes, continuam há três dias.
Equipes forenses estão coletando amostras dos corpos das vítimas não identificadas nos necrotérios da cidade, a fim de realizar testes de DNA, acrescentou o comunicado.
Conforme a imprensa local, o prédio alvejado foi atingido por quatro foguetes, resultando também no desmoronamento de estruturas vizinhas, de caráter civil.
O exército israelense alegou que o ataque incorreu na morte de Ibrahim Aqil, proeminente líder militar do grupo Hezbollah. O movimento ligado a Teerã confirmou o óbito, em meio a 16 membros.
Trata-se do terceiro ataque israelense a Beirute no atual contexto regional, em paralelo ao genocídio realizado na Faixa de Gaza sitiada, com 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
Em janeiro, Israel alvejou o vice-líder político do Hamas, Saleh al-Arouri; em julho, matou um dos fundadores do Hezbollah, Fouad Shukr. Na mesma época, atacou Teerã, a fim de executar sumariamente o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh.
Tensões entre Israel e Hezbollah escalaram na última semana, após atentados terroristas — atribuídos ao Mossad — atingirem o Líbano, com a explosão de aparelhos como pagers e walkie-talkies, além do bombardeio a Beirute na sexta-feira.
Estima-se dezenas de mortos e milhares de feridos até então — muitos em estado grave.
Na quinta-feira (19), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou que a guerra com o Hezbollah entraria em uma “nova fase” — contudo, sem detalhes.
Israel e Hezbollah trocam disparos na fronteira desde outubro passado, quando o exército israelense deflagrou seu genocídio em Gaza, deixando 41.400 mortos e 95.500 feridos em pouco menos de um ano, além de dois milhões de desabrigados.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.
Israel mantém ataques não apenas contra a Palestina e o Líbano, mas zonas de influência do Irã, como Síria e Iêmen, ao sugerir dolo de disseminar a guerra a toda região. Analistas apontam que somente um cessar-fogo em Gaza pode impedir a deflagração.
Há receios ainda de que as violações israelenses em Gaza se repitam no Líbano, em meio a uma eventual invasão por terra.