Ataques de Israel reduzem tráfego aéreo no Líbano, universidades suspendem aulas

As atividades e o tráfego aéreo no Aeroporto Internacional Rafik Hariri, em Beirute, foram drasticamente reduzidas uma onda de bombardeios israelenses no Líbano, reportou Jean Abboud, chefe da Associação de Agentes de Viagem e Turismo do país levantino.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

“Catorze companhias aéreas suspenderam voos ao Líbano”, alertou Abboud, em coletiva de imprensa realizada na capital. Conforme seu relato, o tráfego de passageiros caiu entre 30% e 40% no principal aeroporto libanês

Entre as companhias que suspenderam voos estão: Swiss International Air Lines, Kuwait Airways, Saudi Airlines, Air France, Transavia (Holanda) e Lufthansa (Alemanha).

A empresa nacional, Middle East Airlines (MEA), está realizando voos adicionais no intuito de acomodar a demanda causada pelo cancelamento das viagens.

Ao menos 182 pessoas foram mortas e 727 ficaram feridas por ataques aéreos de Israel a diversas áreas do país desde a manhã desta segunda-feira (23), conforme atualização do Ministério da Saúde. O exército israelense admitiu conduzir 300 ataques, na maior bateria imposta ao Líbano desde outubro passado.

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Na noite de domingo (22), a Universidade Libanesa anunciou também suspender as aulas em ao menos três campi no sul do território: Sídon, Nabatieh e Tiro.

A instituição justificou a medida para proteger alunos, professores e outros trabalhadores, ao preconizar novas ações caso a situação se deteriore.

Abbas al-Halabi, ministro da Educação, deu às instituições liberdade para abrir ou fechar as portas diante das circunstâncias.

“Segunda-feira é um dia normal de aula em escolas e universidades públicas e privadas”, comentou al-Halabi. “Contudo, em áreas de tensões, a gestão de cada instituição guarda a responsabilidade de decidir o que é mais adequado, ao notificar as autoridades”.

Tensões entre Israel e Hezbollah escalaram na última semana, após atentados terroristas — atribuídos ao Mossad — atingirem o Líbano, com a explosão de aparelhos como pagers e walkie-talkies, além do bombardeio a Beirute na sexta-feira (20).

Estima-se dezenas de mortos e milhares de feridos até então — muitos em estado grave.

Na quinta-feira (19), o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, anunciou que a guerra com o Hezbollah entraria em uma “nova fase” — contudo, sem detalhes.

Israel e Hezbollah trocam disparos na fronteira desde outubro passado, quando o exército israelense deflagrou seu genocídio em Gaza.

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No enclave palestino, são 41.400 mortos e 95.500 feridos em menos de um ano, além de dois milhões de desabrigados.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro.

Israel mantém ataques também contra zonas de influência do Irã, como Síria e Iêmen, ao sugerir dolo de disseminar a guerra a toda região. Observadores sugerem que apenas um cessar-fogo em Gaza pode impedir a deflagração.

Há receios ainda de que as violações israelenses em Gaza se repitam no Líbano, em meio a uma eventual invasão por terra.

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