As primeiras tempestades da temporada de outono inundaram as tendas improvisadas a deslocados internos na região de Khan Younis, na Faixa de Gaza, exacerbando as dores de uma população sucessiva alvejada por bombardeios de Israel.
As informações foram reportadas pela Agência das Nações Unidas para a Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), em comunicado divulgado neste domingo (22).
Segundo a agência, a crise imposta aos deslocados está se agravando devido à escassez crítica de materiais básicos para que as famílias se protejam do clima, incluindo ventos, chuvas e inundações características da época.
Dezenas de famílias em Khan Younis se viram forçadas a deixar suas tendas após a gestão municipal alertar para riscos de vida. Muitos temem dificuldades em encontrar abrigos no enclave sitiado antes que o inverno se aproxime.
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Após as chuvas de domingo, o Comitê de Emergência da municipalidade de Deir al-Balah, no centro de Gaza, divulgou um alerta por intervenção imediata para salvar os cidadãos e deslocados, sobretudo diante dos riscos de afogamento.
As áreas mais afetadas são Sahen al-Baraka e as zonas baixas da cidade.
Conforme a prefeitura, como o restante de Gaza, Deir al-Balah sofre da devastação ampla de sua infraestrutura civil devido aos ataques de Israel, ainda em curso, que danificaram e destruíram estradas, redes de água e esgoto e sistemas de drenagem das chuvas.
Preparativos para as tempestades de outono, portanto, são “extremamente difíceis”, disse em nota a administração local.
Trabalhadores humanitários manifestaram temores sobre a deterioração ainda maior das condições de saúde em Gaza, sob bombardeios intensos.
Segundo as informações do Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), muitas áreas de Gaza já estão inundadas, agravando o sofrimento das famílias expulsas de suas casas e terras pelas violações israelenses.
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A agência alertou ainda para a dificuldade na gestão das condições sanitárias em abrigos superlotados, onde o acúmulo de lixo, somado às enchentes, disseminam insetos e ratos, além de doenças, incluindo risco de poliomielite.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase um ano, com 41 mil mortos e 95 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados submetidos a uma crise de fome sob o cerco imposto pela ocupação — sem comida, água ou medicamentos.
Entre as fatalidades, cerca de 16.400 são crianças.
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